Revista da Sociedade de Estudos Paraense, Seculo XVII, t.2 fasc. 3 , 4, ex. 3
. 132 apromplar para es le fim uma respeilavel expedi ção de muitos in– d1genas e soldados, sob o commando de Pedro Teixeira. Para fa– cilitar o desempenho da commissão, pediu esle e obteve qu e o acompanhasse um mi ssionaria. Chegado á aldeia dos tapuyussús, soube que no rio Tapaj ós, afflu ente importante do Amazonas , por onde então elle navegava, havia uma grande tribu, com a qual aquell es entretinham relações de amizade. O nome d'esta aldeia era o mesmo do rio á cuja margem de– morava, doze leguas acima da foz. Avisados os moradores pelos proprios tapuyussúf-, da visita que se lhes ia faze r, prepar aram-se para receber os hospedes annunciados, sP.m nenhuma reluctancia nem r eceio. Pedro Teixeira prosE-guiu na sua viagem até o pon to indi cado, mus cauteloso, não se approximou muito da aldeia, para prevenir qualquer cilada dos indios, de quem sempre desconfiava. Desembarcou em Jogar afastado, que lhe pareceu de mais facil de– feza e, só depois de bem fortificado em terra, entrou em communi– cações mais ou menos directas com os tapajós. Na.o permaneceu, porém, por muito tempo no estado de per– plexidade em que se collocara. Convencido em breve elas bôas disposições dos indios, entrou na aldeia e lá encontrou muita gente de indole mansa e affavel, sendo informado de terem alguns con– vivido nas possessões hespanhol as , das quaes se haviam ausenta– do por vexames e amor ás suas tabas. Esta convivencia dos enro– peus modifi ca ra-lhes de alguma fôrma os c9stumes e seguramente influira para que a expedi çM não consegui sse o fim àesejado. · O bom acolhimento dado á Pedro Teixeira não correspondeu á sua expectati va . Foi insignificante o resgate. A povoação em sua maioria, naturalmente escarmentada dos castelhanos, mostrara-se contraria á tal permuta de índios por mer·cadorias. Entretanto, o chefe da expedi ção regressou satisfeito, por considerar-se o primei– ro descobridor d'aquelle rio e de uma tribu lão numerosa de sel– vagens, como era aquella. Havia então quasi dois annos, que o governador Francisco de Carvalho se achava na capitania do Maranhão, e já era tempo de visitar a do Pará, que lambem devi a merecer os seus cuidados. E, dominado d'este sentimento, mandou elle preparar um patacho, em que embarcou no dia 15 de Abril de 1627, fazen do-se acompa– nhar de duas possantes caravellas, depois de ter ali entregado o governo á ·seu filho Feliciano Coelho de Ca rvalho, de accôrdo com o senado da camara municipal. Chegado ao Pa rá, foi recebido com demonstrações de regosijo publi co, e não tarclou que ellc começasse a examinar com inte– resse o estado da colonia 1 ouvii1do e atteQdendo as reclamações, •
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0