Revista da Sociedade de Estudos Paraense, Seculo XVII, t.2 fasc. 3 , 4, ex. 3
]2 nan ças a pé e a c:wallo. Os que podiam esquivavam-se ao se rviço , encorporaudo-se na companhia de pl'ivilegiaclos, rese rvada aos ci– dadãos eleo-iveis para o senado da camara. Era este sem duvida um novo instrnrnenlo de tyranni a sobre os pobres e humilu.es , e um motim de excepção para os ri cos e poderosos. Este bosquejo, embora res tricto, da posição rel ati va e da de – pendencia que entre si tinham, na co loni!l, os differcntes grupos da população, leva-nos a formular cm breves Lermos a sy nth ese do ed ifi cio sor.ial. Em b_aixo a plebe de indios e negros africanos, incessantemente r enovada pelo affluxo das recentes levas: aquel– les clesappareccndo gradualmente ao conlaclo da civilisaçüo, es tes para se fundirem com o elemento indigena e o eurnpeu, formando a no,·a raça intclligcnte e vá lida. Acima d' es tes, os colonos reini– colas e ftlhos ela terra, com igual pendor para a ociosidade, e as mesmas prelcnções de ascendencia hern ica e nobre, di sputam a posse dos cargos elec livos, e 'cob içam sem espe rança os postos elevados rlo govemo, que o ciume da metrnpole reserva exclusiva– mente aos se us env iados. Ii:s tcs no passo mais alto da esca la social, süo os uni cos próccres e verdadeiros senhores da colon ia; á s u:1 frente, e cncnrnando em si todos os poderes, es lau.êa- se o gove r– nador. Ahi começa a oppressão que, transmillida de degráo em dcgráo, s m e tornando mais violenta, a té chegar ao derradeiro, onde o f'crrn cm braza e o azo rrague es tigmatizam os dorsos dos míseros escravos. Fóra do quadro, se nos dcpara111 os membros das ordens reli– giosas, em promiscuidade com as outras classe , mas sem ligação es pecial co 1J1 Ljualqucr d'ell as, e prestando o co ncu rso de s ua influen– cia a un ou a ou tros, segu11do as co nveniencias LI.a occasião . Eram elles os principaes clctenlorcs e advogados elos indios, em cujo tra– balho o preconceito geral fazia co nsis tir toda a riqueza do Estado. Esta idéa, fa lsa em si, co nvertera-se cm rea lidade, pela excl usão el e todo o trabalh o li vre; e corno, escasseando os indios, os missionarias eram o mais poderoso obstac ul o, que os subtrahia á avidez dos po r tnguezes, foram-se accumul:mrlo contra cllcs os adias antigos, traduzidos em r epeli clas representações ao governo el a mctropolc. Como n 'esse empenho os j esuilas ernm os mais constantes, lambem sobr e ellcs recab ia mais forte a odiosidade. e já no tempo rle Vieira - (< os moradores entend iam que na expulsão dos religiosos da ,, companhia faz iam lan t.o serv!ço a el-rei como tinham feito na « dos holl :mdczcs >> (1). ( 1) R csj>. aos capilu!vs, X X V. f •
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