Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

• •• • • • VIAGEM ESPACIAL· Acadêmica Adalcinda Escorregar na sombra e o instinto da luz me aparar em seus braços. Descansar o coração na fuga espacial. Conceber do céu baixo da meia-noite a açucena da lua nova para os amantes sem leito. Fazer-se murmúrio de aurora o bronze liquido da noite em meu ventre vestido de astros invisíveis para o parto imaturo da flor. Deitar no pensamento de paz que varre silêncio de pó das pálpebras da madrugada onde a flor vai nascer. Tonta e frágil dar o seio ao sol que nasce benzendo a açucêna que desce desce apalpando sementes diferentes no lírico vasio do espaço-abraço à sombra que se deixa. Satelizada subir e saber tudo menos do onisciente. Não mais eu nem mais outra. Auroras de mil cõres ser meu colo beijando os dentes do fogo mordendo os lábios dos astros. Prosseguir além da lua, além do mundo além do céu todo rasgado em pedacinhos onde me espera Deus no chão do último arcoiris para me amar até me ver viver de amor. -83 -

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0