Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS •Com o beijo e a graça que a cantar nos trazem, somente a infância e a mocidade fazem festas assim, nos corações dos pais ! Festa das Flôres ! Festa do sorriso ! Que transforma ·um salão - num paraíso, e faz da terra - um céu encantador ! Grato aroma, que as almas maravilha, pois, nos lábios de um pai que beija a filha., trescalam todos os vér geis elo amor ! Vinde a nós, amazônidas distantes ! Vinde ver as formosas debutantes, - prendas do céu, que a nossa terra tem ! Parece até, que, abandonando as ilhas, lírios. Vitórias-Régias e baunilhas. vieram bailar cem as flôres de Belém !" Ao Pau d'arco juntamos nós agora esta Roseira. para completar a festa elo seu arvoredo, dos seus vergéi:;. É o pr ci.to , por extensão, à grande companheira da longa caminhada, a quem Geor ge.nor Franco chamou de "I nspir adora do Príncipe dos Poetas", num . artigo em que reconst.ituiu estas palavras com que Pinagé se alçou, em soleni– dade de 19 de mar ço de 1950, às alturas da imor talidade : "Graças a Deus está presente a dona desta homenagem. A compassiva inspiradora das minhas trovas orienb1is e dos meus poemas crepusculares. A mulher que se ergueu e caminhou comigo embevecida pela p r imavera dos meus cabelos prêtos e que hoje se ajoelha, resignada, com o rigoroso inverno dos meus cabelos brancos". Graças a Deus, sim - completamos - está presente também agora para , ao receber o seu teto, que será o seu ninho para sempre, ouvir reproduzidas aquelas palavras que lhe dedicava o grande poeta da sua vida, há mais de um decênio, sob o título "SOMOS os MESMOS": "Escuta, meu amor : Firmam-se os têrmos da lei, que aos nossos corações enfermos limita a adoração que tens por mim. No decurso das lágrimas que choras, nosso relógio, que não tem mais horas, marca poucos minutos para o fim. Seis décadas nos pesam sôbre os ombros ! Se hoje os nossos cas telos são escombros, - 78- o

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