Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

o REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS "Abre o seio, Amazônia; Alarga a superfície! Deixa a Vitória-Régia aromar a planície e o Uirapuru flautear a taba de ·Jaci ! Deixa que se misture, entre a nossa família, a linguagem que o luso espalhou na Brasília, escondendo da raça o valor de Tupi". E esta mangueira, que exigiu de pé, não será do mesmo gênero daquela cuja derrubada em massa, por um Prefeito de antanho, p ro· fligou em versos ? "MANGUEIRA DA AVENIDA Majestosa mangueira maltratada, em cuja copa a viração farfalha; fronde que os ninhos mornos agasalha dos alados cantores da alvorada! Sentinela robusta e mutilada, que, de machado em punho, o homem desgalha, como se fôras, na infeliz batalha, planta nociva e bárbara da estrada ! Humano gesto o teu destino exprime : Não te confrange a invalidez precoce, e, em recompensa ao impiedoso crime, do último galho, que ninguém consome, soltas o fruto perfumado e doce, para que o teu algoz não sinta fome !" E esta baunilheira em que se quer aromatizar nas noites suas, não será aquela mesma a quem, cantando.a, fêz, num excelso simbo– lismo, o mais lindo canto que já se entoou às Debutantes da Assembléia Paraense no seu tradicional Baile das Flôres ? : "FESTA DAS FLORES Garboso perpassar de primaveras ! .uesfile de venturas, de quimeras, de esperanças e sonhos virginais ! -77-

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