Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Mil travessuras, divinal senhora, eu CO!.fleti~, a cada instante, à toa; E eu tinha o teu perdão a tôda hora, porque eras _!Ilãe, e tôda mãe perdoa! " ....... : •.· :·· . .... . ........... . ora melancólico, a falar da felicidade malograda, como em "Buena Dicha", ora desencantado, sentindo ''a vida negar.lhe o que tanto êle almejara, ao menos em visão de u'a miragem, tocar com as mãos aflitas, na efêmera presença da ale~ria, numa noite de "São João": "Minha fogueira de lenha sêca, na rua, à frente do meu portão. De um lado um monte de gravetinhos feitos a mão. Desde as seis horas, estou soprando, sempre abanando-. . . sempre abanando . .. Não ardes !. . . Não !. .. Um meu vizinho cortou mangueira; com galhos grossos fêz a fogueira de lenha verde, no mesmo chão. Olha ! que chamas ! que labaredas : Minha · fogueira de lenha sêca . .. que escuridão ! Quando o vizinho fêz a fogueira a noite estava· tão ventilada! E meu vizinho soltou balão ! . . . subiu ! . . . sumiu-se !. . . era uma estrêla brilhando na imensidão ! Minha fogueíra tão apagada l Nem uma aragem passa, na estrada, para a subida do meu balão ! E eu penso devagarinho : - será o . mesmo São João, êsse São .João do meu vizinho ?" -10- '
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0