Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEivflA PARAENSE DE LETRAS o rosto ensaboado, com a toalha atrapalhando-me os movimentos, com o pescoço à disposição do fígaro que, sõbre êle se curvava, ?.rrnado de navalha "dois moleques", então, Condurú, aquêle homen– zinho lembrou-se de perguntar se eu me recordava dêle. Respondi-lhe que não e o escanhoador de queixos esclareceu : Sou o soldado conde– nado pelo Doutor em... Põe-te na minha situação, amigo velho ... Eenti algo apavorante subir e descer pela espinha, enquanto um suor frio inundava meu corpo. Encomendei-me a Deus !. . . Felizmente não se prolongou muito êsse crítico momento, pois nosso herói confessou já estar regenerado, porquanto passara a batista, com– preendendo seu êrro, por ocasião da condenar,ão . . . Aí, Condurú, eu, católico fervoroso, desmandei-me em elogios aos batistas, doido para F.air da barbearia, tão depressa quanto possível . .. " Em nossos bate.papos, na salinha dos professôres do Colégio Santo Antônio, chegamos a concluir que já vai sendo necessário or~a– nizar glossários, para usar quando andarmos por certas regiões brasileiras, coisa assim como aquêle preparado por Vicente Chermont ele Miranda, para a Ilha do Marajó. Tal ilação decorreu dos seguinlhs falos. No Colégio mencionado, tive uma turma constituída por pe– queno, mas seleto número qe alunas, entre as quais se dist inguia uma Irmã do Dr. Otero, nessa oportunidade acadêmico de Medicina. Cabia-me ensinar-lhes História Natural e as jovens quiseram observar uma célula ao microscópio, acontecimento impossível, porque no Colégio, s6 existia mesmo o aparelho. Então a Otero se ofereceu para arranja r, por intermédio do irmão, algumas boas lâminas, ofere– cimento aceito prazeirosamente. De posse do material, fomos ao gabinete de Física, em companhia da Irmã Vigilante, possuída por tôda turma e encarregada de manter a disciplina, deixando para o professor sàmente lecionar pràpriamente. Satisfeitas por já terem visto, não uma, porém muitas células, minhas alunas andaram desco– brindo, no gabinete, aparelhos que ainda não conheciam e indagando tudo sôbre êles . Súbito. nossa vigilante avisou : "Naquela máquina 1ão convém mexer, professor, porque está completamente esculham– hada . . ." Perplexos, ficamos sem fala, terminando a aula sob êsse impacto. Contei ao Dr. Avertano, que inquiriu de qual I rmã se tra. lava. I nformado, falou : "Logo vi. ~ pernambucana. Em Pernam– lmco, isso é esta111pado até em manchetes de jornais. Nada tem de m;iis. ciuer di;,;er est.ra. ~ado, rebentado, esfrangalhada . . ." Outro fato sucedeu ao regressar Dr. Avertano, de um congresso, em Belo Horizonbe. Na presença da _Superiora, perguntei-lhe se visitara Ouro Prêto. Respondeu-me : "Bem vontade tive, mas quando indaguei, no hotel, como lá ir ter, disseram ser fácil, pois no dia - 62- t, (1)

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