Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
ÊLES COMPARECERAM TAMBÉM, À FESTA DA ACADEMIA, EM 1969 Acadêmico J. M. Heslreth Condurú Embora sabendo não possuir eu, engenho nem arte para tanto, nosso estimado Presidente impôs-me fõsse o orador da Academia Paraense de Letras, nesta festiva noite. É que S. Exa. deseja ouvir talar o coração, sobrepujando o entendimento. E aquilo que mais sente o coração, neste momento, .é a ausência dr, s elevados expor.entes da cultura paraense, cuja convivência usufruí uo ingressar no silogeu, ou seja, naquela sala privativa da congre– gação ela Escola Normal, ali onde confluem Serzedêlo Corrêa e Arci– preste Manuel Teodoro. Naturamente não poderei lembrar todos, mas qualquer que seja evocado para comungar de nossa alegria, tenho certeza que estarei apresentando uma das grandes celebrações conterrâneas, pois, quer queiram, quer não, a Academia sempre con– gregou um pouco da nata intelectual paraoara. O primeiro vulto que se delineia em meu écran cerebral, é Acilino de Leão Rodrigues. E nem outro poderia ser, pois sua passa– gem pela Academia foi sobremaneira notável. Além disso, nossos caminhos na vida oral marcharam paralelos, ora o dêle interferiu com o meu. Fui seu aluno na Escola de Agronomia e Veterinária do Pará, podendo afirmar portanto, sem recear contestação, que, no exercício o.a cátedra, Mestre Acilino era, como hoje se diz correntemente, um "espetáculo". Suas aulas eram preparadas, planejadas amorosamente, sua palavra era fluente, sua linguagem, escorreita, sua dialética, con– vincente. Ia buscar exemplos onde soubesse existirem, não impor– tando atingisse irreverentemente pessoas bastante conhecidas. Ao escutá-lo, ficávamos com a atenção integralmente concentrada, magne_ tizados, encantados por aquêle homem de cabelos grisalhos, nariz -semita cavalgado por um par de óculos, sempiternamente trajando linho branco impecàvelmente asseado, que sabia ensinar, tendo o dom de inspirar, em todos nós, amigos leais. -58- o
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