Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

l ... • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Em cada Estado, as Associações dos Antigos Alunos Maristas aplicarão suas atividades em favor do problema regional que lhes parece mais relacionado com as exigências da extraordinária Encíclica da Paz. .No Brasil, nosso pleito deve dirigir-se à humanização do salário família dos trabalhadores e dos funcionários públicos, de modo que se aproxime, desde já, do salário família relativo e progressivo. De início, cun;pre-nos terçar pela elevação de cada quota, exten– dendo-a à espôsa, aos filhos até 18 anos, ao marido inválido e aos filhos de qualquer idade, impossibilitados de trabalhar. Cumpre-nos convencer os homens do Govêrno e das Emprêsas de que o capital sem trabalho é corpo sem alma, e o trabalho se cadaveriza quando em rotura com o capital, r ecordando-lhes o sábio ensinamento de João XXIII na admirável Mater et Magistra : "Que as relações entre empresários e dirigentes, por um lado, e trabalha– dores, por outro, sejam concretizadas pelo respeito, pela estima e compreensão, pela colaboração leal e ativa, e p elo amor da obra commn; e que o trabalho seja considerado e vivido por todos os membros da emprêsa, não só como fonte de lucros, mas também como cumpri– mento dum dever e prestação dum serviço" (MM 94).· Não esqueçamos esta severa advertência de ·Pa ulo VI na Popu. lorum Progressio : "O trabalho só é humano na medida em que permanecer inteligente e livre" (PP 28). Sàmente o salário doméstico revela o verdadeiro conceito do salário vital, em contraprestação a êsse "trabalho humano, inteli• gente e livre", de que nos fala o iluminado Sucessor de João XXIII. Inconcebível . admitir a honesta coexistência dos homens em socie– dade, sem considerá-los em r azão de seus deveres e direitos p ara com a família. Absurdo, pretender o equilíbrio social, o que vale dizer, a paz social, remunerando igualmente o trabalhador solteiro e o que tem a seu encargo mulher e filhos . Perman ece o contrassenso, no pagar ao pai de dois filhos o mesmo salário destinado ao gen itor de seis, oito ou mais seres humanos, ainda sob sua r esponsabilidade ali– mentícia e educacional. Out ro assunto, êste de âmbito geral, vinculado diretamen te aos t êrmos expressos da Populo1·um Progressio, é o Fundo Mundial para o desenvolvimento, plenamente justüicado p or Paulo VI, em p alavras irretorquiveis e convencedoras : "O que é válido para a luta imediata contr a a miséria vale também no que r espeita ao desenvolviment o . Só uma colaboração mundial, de que um fundo comum seria , ao mesmo temp o, símbolo e instrumento, p ermitiria super ar as rivalidades esté– r eis e estabelecer um diálogo fecund o e p a cífico en tre t odos os p ovos" (PP 51). -35-

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