Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

CA P JTU L O DE ROMANCE Philemon Assumpção Realizaram-se, finalmente, os exames, Certa segunda-leira, pela manhã - era o primeiro dia. de féri:;s escolares - conversava com Lucila, à janela, contentíssimo da vida com o resultE.do da prova de matemática, matéria que me preocupara o s110 todo, quando um carteiro apontou na esquina. - Não é seu Angelo - estranhou minha irmã. - Que terá acontecido , Férias não pode ser, pms - lembrei estranhando tambt'im a substituição - é sempre em maio o período dêie. - Vai ver, dona Júlia amanheceu um pouco altP.rada e êle não pode sair pra traba 1 har; não se esqueça de que ontem foi lua nov2. - Sei; mas se o carteiro não virar na Vidal de Negreiros, nem der ãe atravessar para a outra calçada, não custa nada per– guntar;· êle deve saber porque seu Angelo faltou hoje ao serviço. Detendo-se aqui e ali, o funcior..!i.rio aproximou-se e, ao cheger defronte à casa, separada da nossa, por um chalé há muito tempo desaoitado, fêz uma nova parada. Retirou de um amarrado uma carta, tor,ou a campainha, ficou a esperar por alguns mstantes, mas, vendo que não era etendido, enfiou a correspondência por baixe. da :r,orta. - A "Enclammrada" está no banho e, como Severino voltou para Caruaru, ninguém veio atender. - Como é c,_ue você sabe que a "Enclausurada" está tomando banho e que o moleque não mora mais com ela - !.ndagou intri– gada Lucila, com a segurança com que eu afirmara ns duas coisa:;. - Segrêdo, cá, do Degas. -- Ah! conta, eu quero saber. - Se eu cont~r. deixará de ser segrêdo. - Não chateia, conta logo. - Proibida p:-!ra menor. , , - Proibido i.;ara menor, você fala assin1 como se já fôsse maior; o rôto mangando do esfarrapado. - 225 -

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