Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVíSTA· DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS a missão apostólka dos verdadeiros continuadores da evangelização do mundo pelo Cristo. A integração dêste procedimento na meta colimada pela Igreja ele Pec.rc.' avulta a11te decisões do extraordinário Concílio Vaticano II, ao proclamar, mais uma vez, que, "em face dos paises subdesenvolvi– dos, a Igreja apresenta-se - tal qual é e quer ser - como a Igreja de todos e particularmente a Igreja dos pobres" (João XXIII, Radio– mensagem de 11. 9.962. Concílio Vaticano II. Pe. Frei Boaventura Kloppenburg, O.F .M., vol. II, pág. 301. Editôra Vozes Ltda. Pe– trópolis, RJ.). A 24 de novembro de 1965, durante a última sessão do XXI Concílio Ecumênico, Paulo VI dirigiu paternal exortação ao Episco– pado da América Latina, onde salientou nossos deveres primaciais, frisando que "uma pastoral para a comunidade deverá incluir um decidido apoio para uma específica ação social. A consciência de ser e de querer ser homens no nosso tempo nos fará conhecer também a necessidade imperiosa e a medida justa da nossa par ticipação humil– de mas sincera na solução dos problemas humanos da hora que vive- . mos" (Revista Eclesiástica Brasileira. vol. XXVI, março 1966, págs. 152/ 153). Prosseguindo em seu discurso exor tativo, Paulo VI sentenciou : "Na justiça, o aspecto social é o que mais impressiona e interessa o mundo em geral e de modo particular o latino-americano, onde inten– sos e profundos são os contrastes. A imploração dolorosa de tantos que vivem em condições indig– nas de sêres humanos não pode nos ferir, Veneráveis Irmãos, nem deixar-nos inativos; ela não pode e não deve ficar, enquanto nos é possivel, desatendida e insatisfeita. Devemos assumir um solene compromisso a fim de que a Igreja,. movida e inspirada sempre pela caridade de Cristo, que veta o cami– nho a soluções de desordem e de violência, assuma as suas responsa– bilidades para a consecução de uma sã ordem de justiça social em relação com todos". Finalizando a parte referente à ação social, assim falou : " É necessário que sejam bem claras e definidas as posições da Igreja defronte ao processo social em ato na América Latina. Dissemos que é dever da pastoral conhecer o fato social; logo, não é suficiente re– cordar a doutrina social da Igreja e ensiná-la abstratamente; é neces. sário favorecer sua aplicação nas situações reais à medida que se apr.esentem, e traduzf.la em normas concretas de ação, delimitau d o oportunamente os campos ele responsabilidade da Hierarquia e dos Leigos" (Revista Eclesiástica Brasileira, vol. XXVI, pág. 153). -28- o o

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