Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
•• 0 REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Paulo, apresenta êstes elementos bem significativos : "Quanto à situa– ção de miséria e de fome a que se refere o Papa, dos 60 milhões de pessoas que morrem anualmente na Terra, :íO a 40 milhões perecem de fome (cf. Josué de (:astro, O Livro Negro da Fome, pág. 22; Velás– quez, ob. cit., pág. 186). Uma página antes, êste último autor consigna clados, que a Com. BAC, pág. 583, também relaciona : Os países mais ricos desfrutam de 70% da renda mundial, contando sàmente com 16% da população do globo, ao passo que os 15 países mais pobres, onde vivem mais de 50% da população, têm, apenas, menos de 10% da r enda mundial" (As Encíclicas Sociais de João XXIII, vol. 2, pág. 427) . Com ênfase contristadora, monsenhor Ligutti assert ou: "O mais grave perigo de nossa época não é a bomba a tômica, mas as condições em que vivem dois de cada três home11s, condições análogas à elos flntigos campos de concentração" (Revista Eclesiastica Brasilei– ra, vol. XXV, março de 1966, pág. 205). Em diversa~ oportunidades, Paulo VI, em angm,tioso Pont ifi– cado, ante a fome que domina o Universo, fêz revelações expressivas, prosl?egui.ndo na perseverante campanha da Igreja contra as " ªusas da miséria que dizima t antos sêres racionais. Como demonstração inequívoca da disposição do Papa atual em tudo fazer para que a ~ndigência deserte do mundo, é de recordar suas palavras por ocasião da Santa Missa comemorativa do 20. 0 ani– versário da FAO, cujo objetivo, no dizer de Paulo VI, é "fazer que o não seja suficientemente abundante na mesa da humanidade". As sim falou a novecentos delegados de oitenta e seis nações na XIII Sessão Geral da FAO: "Se a Igreja dá o pêso de sua autoi'idade moral a uma organização como a vossa, cujos fins, aparentemen te, são de mera ordem temporal e parecem, por isso mesmo, fora de sua com– petência, é que ela t~m plena consciência que o destino da humanidade inteira está em jôgo aqui. Ora, nada do que interessa a sorte do homem é estranho à Igreja". "Por isso, seguindo Nossos Predecessores, vos encorajamos, com tôda a fôrça, em prosseguir e intensificar vossos esforços, dando voluntàriamente o apoio moral que pedis à Igreja Ca tólica. Nós sabe– mos também que a hierarquia e os fiéis consideram a FAO o orga. nismo necessário e eficaz nêste domínio, e continuarão a colaborar como o fizeram desde o inicio da campanha mundial con tra a fome, com vossas a tividades por todo o mundo" (Revista Eclesiástica Bra– sileira, vol. XXVI, março de 1966, págs. 205/ 206). O combate, sem tréguas, às causas da fome é, portanto, diretriz da Igreja Católica. Trabalho estenuante e destemeroso, tendente a êsse fim, r ealça -27 -
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