Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS a Jesus. Êle estará conosco na rápida jornada da vida" (Fôlha do Norte", edição de 10 de julho ·de 1966, pág. 17, Belém, Pará). C.1 1 mo o Cristo, continuemos a clamar, piedosamente: "Tenho 1;:cmpaixão ctêste povo!" À semelhança da multiplicação dos pães e dos peixes, a Provi. dência Divina atenderá, um dia, a veemência apostólica desta súplica, e dará ao seu povo a fartura que bem merece. Os documentos pontifícios jamais esqueceram êste problema fundamental. Numerosas, as manifestações da Santa Sé sôbre a si– tuação dos trabalhadores e das populações em estado de penúria. Em constantes brados de alerta, os Sucessores de Pedro chamaram a atenção dos governos civis para a indigência dos povos sofredores, frisando, em palavras convincentes e caridosas, a necessidade de com– bater as causas da fome, como condição indispensável à segurança da paz universal. Situando, magistralmente, o problema, João XXIII traçou, em têrmos de exatidão absoluta, o que existe e o que se deve fazer para evitar o extermínio dos homens em guerra mundial, de efeitos imprevisíveis, num atestado flagrante de que a humanidade, pelo recurso da morte, vai esquecendo o próprio Deus, autor da vida. Mater et Magistra e Pacem in Terris são programas para a salvação do mundo. E o mundo se _faz surdo às suas lições, cami– nhando, inconsciente, sem norteio, para a voragem da incompreensão e do desatino. l!: severa esta advertência profunda de João XXIII : "O maior problema da época moderna talvez seja o das relações entre as comu– nidades políticas económicamente desenvolvidas e as que se encon. tram em fase de desenvolvimento econômico; as primeiras, por con. seguinte, com alto nível de vida; as outras, em condições de escassez ou de miséria. A solidariedade, que une todos os sêres humanos e os torna membros duma só familia, impõe aos Paises, que dispõem com exuberância de meios de subsistência o dever de não permanecerem indiferentes diante das comunidades polfücas, cujos membros lutam contra as dificuldades da indigência, da miséria e da fome, e não gozam dos direitos elementares da pessoa humana. Tanto mais que, dada a interdependência cada vez maior entre os povos, não é possí– vel que entre êles reine uma paz durável e fecunda, se o desnível das condições econômicas fôr excessivo" (Mater et Magistra, 154, Documen– tos Pontifícios, 135, Editôra Vozes Ltda., IV edição, Petrópolis, RJ. 1962). ! Roborando estas afirmativas do Papa Campônio, o professor Luís José de Mesquita, da Pontificia Universidade Católica de São -26 -

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