Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
o t REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS riosa necessidade de trabalhar pelo desenvolvimento elos povos, no sentido de alcançar a paz universal. Coerente com os ensinamentos dos Sucessores de Pedro, a Igreja Católica assumiu posição de vanguarda, divulgando o documen– to mais sério, mais lógico, mais vibrante e verdadeiro dos últimos tempos, onde está expresso, de modo convincente, que "o desenvol– vimento não se reduz a um simples crescimento econômico. Para ser autêntico, deve ser integral, quer dizer, promover todos os homens e o homem todo" (PP 14). A denominação dessa admirável Encíclica Papal, originária, como sempre, das primeiras palavras do texto latino, traduz, com exatidão, seu conteúdo e seu objetivo : Populorum Progressio. O período ini– cial é de clareza indubitável a respeito do fim colimado. "O desenvolvimento dos povos, e, muito especialmente, o daquêles que se esforçam por escapar da fome, da miséria, das enfermidades endêmicas, da ignorância, que buscam uma participação mais ampla nos frutos da civilização, uma valorização mais ativa de suas quali– dades humanas, que se orientam com decisão para o pleno desenvol– vimento, é observado pela I greja com atenção" (PP 1). Esta verdade, proclamada por Paulo VI, encontra fundamento inderrocável em numerosos documentos pontifícios. Parn não pene– trar muito na história, basta referir as Encíclicas l\'Iater et l\'Jai;tistra e Pacem in Terris, de João XXIII, e a Constituição Pastoral "Gaudiwn et Spes" sôbre a Igreja no Mundo de Hoje, do Concílio Ec1Jmênico Vaticano II. João XXIII foi preciso e sábio nas mencionadas Encíclicas, traçando, com profundo conhecimento dos fatos, a diretriz dos homens em face do sério problema da questão, que hoje alcança o desenvol– vimento econômico, social, cultural e espiritual elos povos. São palavras incisivas de Mater et Magistra: "Põsto que a eco– nomia das nações se desenvolva com tanta rapidez em nosso temvo, e sobretudo depois da última guerra mundial, julgamos oportuno advertir a todos sõbre o gravíssimo preceito de jus tiça social, que expressamente exige o desenvolvimento econômico e o progresso social mutuamente ligados e ajus tados, de modo que tôdas as classes sociais se beneficiem, eqüitativamente, com o aumento da riqueza nacional. Para isso, é preciso vigiar e lutar, com todo empenho, a fim de que as discrepâncias entre as classes sociais, em razão das desigualdades econômicas, em vez de aumentarem, se atenuem quanto possível" (MM 74). Na Gaudium et Sl)es, o último Concílio Ecumênico versou, com mimícias e sab edori r., at,mirável, o desenvolvimento econômico a ser- - 31 -
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0