Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS • arbítrio do Es tado, - f' a subversão e o terror perderão substíincia e prosélitos. Não é outrc o propósito do Govêrno que busca determinada– mente o desenvolvirnento, mas não esquece que o homem deve se;r o centro do universo político; que faz alianças e reconhece aliados, mas não abdica, de ner.hum modo, da independência de um Brasil scberano, que se arirma e reafirma a cada passo; e que, mesmo nos que matam com impiedade e furor de ·fanáticos, respE:ita em cada um a criatura humana feita à semelhança de Deus, mas se vê mise– ràvclmente calumadC' no exterior, ~té mesmo por brasileiros qu•3, pretendendo só atingir n Govêrno, enxovalham a Pátria tõda, enodam a Nação por inteiro e criam, para o Brasil, a mais torpe, a mais iníqua imagem de um país de bárbaros repulsivos. Os primeiros frulos, porém, já começam a surgir no campo interno. Aparece o arrependimento e não a adesão pusilâmme; a con!:tatação corajosa dos terroristas, que espontâneamP.nte se l?ntre– gam e falam a jornais e televisões, de que o esbanjamento de dAsassombro, a s~:-viço do ódio, não gera a solução Justa, mas ao contrário a retarda ou a impede, e se iguala a bravura fanáti?a ao crir.1e impiedoso o sem grandeza. Essa revisão ae posições, que no plano intelectual reprisa um Dijilns Milovan e não um apóstata oportunista, é &inda um sinal a favor da honestlclade e propósitos dos jovens. Se, hoje, são êles o celeiro, onde os partidário:; da violência os recrutam em clevatla percentagem, ainda recenterr.cnte revelada por alta autoridade militar, serão cada vez menos, na medidu em que prossigamos o nosso esfôrço atual de edificar r.o Brasil uma Sociedade justa, Jbre, democrática e soberana. John Stachey, numa frase pitoresca, diz que só conhecia duas maneiras de dirigir um povo : uma, democrática, "contando as ca– beças"; outra, totohLá1ia, "cortando as cabeças". Nós repudiamos a segunda e procuramos, honestamente, al– canç&r a primeira. A História n1Jo oferece duas oportunidades a um povo. Esta e a nossa. O fruto está suficientemente sazonado. Ou nós o recolhe• remos, ou êle servirá de pasto para essa classe esdrúxula de mami– fen,s que se comr raz sob o tacão dos tiranos e se realiza, gostosa– mente, espojando-se na Iama sanguinolenta da violênciil. De nossa par~e. cn:mos na mocidade de nosso Br.1sil ! Estamos ·.;ranquilamente confiantes de que ela não faltará ao seu dever. E não será por ela que choraremos todos, amanhã, a riesgraça dêste Pais. Ao contrário, muito ao contrário será com elu que cantare- -219-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0