Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Meus Senhoras ! Acabamos de ouvir o orador principal desta cel'imônia. Comparem-se as suas palavras com a média das declarações feitas pelos concluinies das Universidades norte-americanas nêste varão ele HJ7U. Um formando da Universidade de Massachusetts disse : "Após 4 anos de aparentemente inútil educação institu– cional, muitoE de nós deixanios a Universidade desprepa– rados. com mêdo, até mesmo em desesp€-10, em nossa frustração. O nos'JD mêdo decorre de que a estrutura política ameri– cana não cem lugar significativo para os Jovens, para os '}ue querem amar e não odiar, para os que desejam a paz e não a guerra, a liberdade e não a repressão". Uma jovem, mais contundente, disse: - "Os senhores devem estar surprêsos que eu seja a ora– dora da turma. Normalmente o orador é um homem res– peitável, áe cabelos grisalhos, pejado de experiência e me– recedor das honras do Establishment. Mas ê·~te { o ano da libertação das mulheres ! (E nós, no Brasil, pelo que nos dizem serem os maridos norte-ameri– canos, consicteramos a América como a grande nação do . matriarcado ... ) Nosso prirr.eiro problema - exclama a formanda - não é mais aprender, mas desaprender, clarear ..ilgumas veihas presunções, como patriotismo significando obediência; idade, experiência; e mulher equivalente a fidelidade a um homem, que cedo ou tarde lhe dirá : "Se eu não tivesse casado com você, seria um galã de cinema". Ji:stes conceitos não têm mais validade f" creio que tais pallwras traduzem menos um estat1o de espírito, que a necessidade de afirmação da independência do jovem. Só os créduw~. err. demasia espantar-se-ão com eic1s; ou aquê~es que pretendem o mundo de hoje uma reprodução sem brilho do de ontem. Para êstes, que não ouviram Winston Churchi!l ensinar que "tradição é transferência, é um estado de mudança e não de imobi– l'ismo, foi certamente que Khalil Bibran escreveu êstes verc;os : - 214 - ,

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