Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
., ORAÇÃO DE PARANINFO Acadêmico Jarbas Passarinho Publicamos abaixo o discurso proferido . pelo acadê– mico Jarbas Passarinho, ocupante da cátedra n.º 11, da Academia Paraense de Letras, .quando paraninfou con– cluintes da Universidade de Brasília, em 24 de julho de 1970 : "Honra-me ter meu nome ligado ao vosso ingresso na vida profo;sional. Humildade tenho, para compreender a grandeza ão gesto, não pedido, não encom~ndacto, não barganhado. · Seguro, porém, com ambas as mãos e com o coração repas'iado de Júbilo a· oferenda, pois é ela o maior · galardão que um homem público, um Ministro d~ Educação pode receber. Vale por um voto de confiança na hora em que, mandatário do Presidente Médici e executor de sua política educacional, preparo-me para· empreendi– mentos revolucionários nêsse campo, e que, por sua profunda :,igni– ficaçâo, é inevitável que abalem a rígida estrutura tradicional do ensino brasileiro. Meus Senhores ! Não me prende a veleidade de ser amado pelos jovens; basta-me a mim, que me aceitem para o diálogo franco. E esta é uma rorma de aceitação que a maioria me concede. Gtithe, com nma ponta de ironia, escreveu certa feita, rindo-se dos rndicais : "Se não puderdes amar-vos uns aos outros, como re– com~nda o Evangelho, ao menos tentai fazer as -pazes" ... E como disse qui> não tenho a veleidade de -'3er amado, iem– bra-me o registr::, de Strachey, em relação ao Vice-Rei da India, Lor:i Mayo, cuja estátua, em Calcutá, tem a seguinte inscrição : "Aqui jaz Lord Mayo, um dos maiores Vice-Reis da India; amad0 dos muçulmanos, idolatrado dos indus, querido dos britânicos. Assassinado no dia 17 de maio de 1872" . . . - 213 -
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