Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

~- REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS de D. Pedro, publicado em Leiria. Em 1487 livros judaicos foram edi– tados: em Faro e Lisboa. O Livro de Ouro - que atualmente se nos apresenta com a hr,stilictade da cobrança - nasceu em Veneza e regis– trava em letras de ouro tôdas as famílias nobres. Por isso, foi des– tr;iído em 1797 dt,rante a guerra da Itália. O Livro Vermelho ·– rcgjstro secreto das pensões e gratificações concedidas por Luiz XVI a favoritos - foi motivo de severas considerações por parte da Re– volução Francesa. O Livro dos Pintores, de Karel Van Mandes, obra célebre comparável à Vida dos Melhores Artistas, de Varsari, persiste na história da cultura. Os Livros Sapienciais, livros da Bíblia, desti– nados à instrução moral, estão, todavia, quase relegados à sonolência das estantes. E há, também, as palavras livrório e livruxada para de!signarem os detritos que o mar da seleção leva à. praia dos C!;· quecidos. : Mas os homens de pensamento reagem corajosamente. Agora mesmo, em publicação de fevereiro do ano corrente -· ano inteu,a– cional da educação - a Unesco fala em fomento do livro e pede que numa futura Conferência mundial sôbre o Livro sejam examinadas proveitosamente as conclusões formuladas durante a reunião de Bo– gotá, de 9 a 15 de setembro de l!J69, no sentido de se instalar no Pr0grama uma Conterência em defesa do livro. Desej~ a Unesco que a produção e a expansão do livro sejam estabelecidas entre os países latino-americanos entre si e com o exterior. Teriamas, assim, mais um prêmio internncional, novo estímulo, portanto, a quantos p0dem eserever mas não poden:: publicar por falta de recursos. É de tantos anos mas ainda é de hoje o conceito de Roquette Pinto : "É preciso estt.!dar o Brasil, com os seus encantos ;; s1,;as tristezas, 'para amá-lo conscientemente; estudar a terra, as plantas; e~ animais, a gente do Brasil". A universalidade da literatura exige de nós, provincianos, a par– cela da nossa contribuição para completàr a grande missão que ,~abe aos homens de pensamento e de ação, de transmitir aos porvindouros motivos de agradecimento pelo que nos propusemos em vida a fazer em pról da cultura. Assim, pois, como Érico Verissima e I van Pedro Martins no extremo sul, Carlos Drummond de Andrade e Guimarães Rosas nas montanbHS, Mário de Andrade e Cassiano Ricardo, no centro, Machado de Assis e Alberto de Oliveira na antiga capital, Mário Pal– mério no oeste, Jorge Ama~o no leste, Zé Lins do Rêgo, Graciliano Ramos, Joaquim Inojosa, Gilberto Freire e Manuel Bandeira no Nor– deste os insuperáve~s mestres maranhensel:! e os insistentes e vitoriosos pare~nses e amazonenses no norte, porfiam todos em oferecer ao Brasil motivos para ser conhecido e amado, como queria Roquette Finto . Exemplo atual, dignificante, é a publicação da Enciclopédia. da - 208 - • ij

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