Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS outras ciências, que dela necessitam constantemente" (Introdução ao Estudo da Literatura, 3.• edição, pág. 28). No dizer de João Camilo de Oliveira Tõrres, em sua profunda e quase exaustiva "Teoria Geral da História" : " . .. o Homem flui no tempo, t ransforma-se com a seqüência dos dias e anos. O Homem é um animal histórico : precisamos conhecer o sentido da Histór ia se desejamos penetrar no mistér io do Homem". (pág. 12). Lembra Tasso da Silveira que "na historiografia literária o p ro– blema do seccionamento da história em períodos, épocas e eras tem provocado a méditação dos sábios, podendo-se dizer que os estudos relativos ao tema constituem hoje uma disciplina à parte : a PERIO– DOLOGIA. Obser ve-se, no entanto, que, embora entrosada por esta forma à historiografia geral, e por ela, à filosofia da história, a his– toriografia literária tem suas perspectivas próprias, específicas, visto que o fato his tórico é pr bpriamente do passado, ao passo que a obra literária do passado, constitui, por vêzes, um magnífico presente". i"Missão do Inte.:t•c.:tual'', pág. 180). Sabemos que fazer história não é tão somente enumerar acon– tecimentos, alinhar datas, registrar nomes. Sem cairmos no !!xagêro de Graça Aranha, para quem "a concepção estética do Universo é a base da perfeição", também não admitimos a interpretação marxista da história que "é o mais completo sistema de materialismo histórico que foi inventado em todos os tempos". (Dawson, C. "A Religião e o Estado Moderno", pág. 88, apud "Filosofia do Comunismo" de J . Me. Fadden, pág. 249). Aceitamos, sim, que "se a História nos mostra o Homem em sua dimensão temporal, a Teoria da História de interpretação teoló. gica, revela-nos a sua dimensão eterna. É claro que esta projeção da Eternidade no tempo pode assumir muitas formas e modalidades, desde a dedução a par tir da Teologia pura, num Danielou, até à arro. jada síntese de um Teilhard de Chardin , que, principiando nos ele– mentos fornecidos pelas ciências naturais acêrca da evolução, culmi– na numa recapitulação de sabor bem paulino, de todo o universo, no Cristo. O Cristo glorioso como ponto final da Parusia, como termo da Cosmogênese ... " (Teoria Geral da História, pág. 18). Perdoai-nos a referência tôda p essoal, por sinal pouco favorável. Somos autor de uma "Cronologia Eclesiástica da Amazônia", editada na capital baré, em 1952, em que nos limitamos à mera inserção de datas, no registro frio dos acontecimentos. Represente, muito embo– ra, um trabalho de base, uma fonte de pesquisas, vale apenas como instrumento de história, porém não constitui ob ra perfeita de história, por não interpretar os factos, por não relacionar os casos. Ao passo -20- CD

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