Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Mas, êste frc:d€ que frente a frente nos mira, porque tem nos olhos maus um b::ilho de febre, porque mostra um semblante aberto, uma alegria que nflo disfarça ? Ah ! é o júb;l-:> bem humano que se não esconde, o gôso ú1timo de ver que vai alguém padecer o que já sofremos. É o oficiante ou antes, o carrasco. É mais uma v.ítima. l!:le está contente. E assim, pa~·a o eterno, ela renunciou à vida, ao seu sonho de ventura, à alegria, à ebriedade do afeto. Cêdo soube que a Felicidade é a estátua sidérea, feita de nuvens que e, vento logo dispersa. É a noiva encantadora do Menippo, coroa– da de rosas, linda, perfeita como o sonho mais querido- Ninguém a toque nunca que se desfará em cinzas ... Ela, porém, guardaria no peito como um ídolo misterioso, êsse sonho imarcessívei que lhe veio da alma um dia, e surgiu do fundo de !;.Ua mocidade, qual um dêsses astros errantes, que, uma vez úni.ca , r.ontemplamos na ,;ida P. desaparecem para o sempre no vácuo intan– gível do espaço ... 19 .7.1914 Guilly Furtado Banctt>ira (Extraído dE "Caraboo" (revista ilustrada), edição de l.º de agé!sto de 1914 - Belém). -205-
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