Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LE-TRAS tica das Batalhas" ou a "Teoria do Ridículo"; se a "Psicologia da Coragem" ou a "Estru1ura do Egoismo"; se o "Elogio da Velhice" ou o "Senso do Direito·•; se a "Anatomia do Desejo" ct.:. a "Fisiologia do bom-senso" ;se "Imagens e Paradoxos da Literatura" ou "Biblio– graíia Portuguêsa": S6 ''Algumas Literaturas vistas a vôo de pássaro'' ou "Breves considerações sôbre a semântica". Enquanto n.; "A Capital do El Dorado" predomina o sentido da recordação, ncs "Estudos Contemporâneos" Mur!lo revela, na singeleza de seu es·, ilo, a sua elevada cultura, apresentando 15 sínteses, 4 reminiscências e 10 teses, numa urdidura admirável. Em 1960 publicou a sua última obra a que denominou "Su– bindo o rio Amazonas", a qual é o repositório de suas impressões alusivas à viagem fluvial que realizara naquêle ano, em companhia de i:;ua espôsa, ao long0 do Rio-Mar, até Iquitos. Personalidade organizada, tendo a "alma a projetar-se conti– nuamente para a Ordem e para a Beleza", no juízo de Máximo de Tiro, apurou os sentidos, cristalizando-lhes as energias mais atuantes. Oilatou as suas v.lrtudes na idealização. Desenvolvendo o raciocíni(,, cresceu-lhe o potencial da fantasia e do conhecimento. Autêntico Cidadão de Belém, embora a Câmara Municipal não lhe tenha outorgacta êsse título honorifico; homem extremamente simples, como simples füra tôda a sua vida; de uma probidade inata– cável, afeito às radiosas sonoridades musicais e '1,0S alcandorados ensinamentos livi-es.;os; possuidor de uma excelente bibiioteca e belís– sima discoteca, êle, por certo, à semelhança do autor de "Luz Medir texrãnea" - a maior expressão poética do nosso espírito clássico na tronsição entre o parnasianismo e o simbolismo - teria dito a 1:i próprio : "Tenho o prazer sutu do pensamento. E a serena elegância •da~ idéias". Verdadeiro autodidata, Murilo Menezes, não no::, tendo deixad<r "um bloco d'ouro, em que poderia ter talhado um monumento ra– diante e imperecível'·, foi,todavia , um espírito cintilante, com per– mammte e insaciável sêde de cultura - sobretudo cultu ra musical e cultura literária - as quais transbordam nas diversas e esparsas produções, em jornais e revistas e nos livros dêsse amigo dileto que tanto prezo e admiro,falecido em Belém, dia 22 de abril de 1966, quase octogenário. Vem-me à lembrança a frase que José Bonifácio de Andrada e Silva proferiu no elogio acadêmico da Rainha D. Maria I : ''Só morrem aqueles de quem a sepultura só encerra as cinzas, corno a Memória". Meus senhores ! Matias Aires - "escritor profundo e penetrante que, a exemplo _, 200 - • - - - -- - --- -

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