Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

' ' • I• ·• IIBVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS sadas de gratidão, devem ser as masculinas quando se alçam na prece ou se modulam nos cânticos sagr·ados". No capítulo da educação dos meninos, há conselhos relevantes não ~endo descurada a formação dos elementos que lhes devem fazer companhia. Assevera que, "a:[i enfermidades físicas, nem tõdas são microbianas·, nem tõdas são transmissíveis. As enfermidades do .::arâter, ao inve.~, .são tõdas contagiosas. Os micróbios morais não faltam em vício algum e proliferam ràpidamente. O moço que se infecerca de maus companheiros vive sempre junto dos focos de infeção, respira sempre miasmas". Repudiando a zombaria dos descrentes e impulsionado pelo sentimento de .fé que o domina, Dom Lustosa afirma: "o mais forte imperativo de no.;sas almas é precisamente o culto religioso. E os infelizes que pretendem furtar-se a êle, resvalam nas mais grosseiras superstições. É d nossa consciência iluminada pelos ensinamente,s da !greja a única norma que os católicos têm a seguir. O ideal · do católico é tão nobre e sublime, que deve passar acima de tõc!as as críticas. Dir-se-á, talvez, que a fé do católico deve ser robusta suficientemente par:i não sofrer desmaios por um sorriso estulto. Realmente, deve ser assim a crença de um homem". Outro assunto que não passou_despercebido a Dom Lu:;tosa em sua Primeira Pastoral, foi a leitura a que os homens devem se entregar. "Mesmo na idade madura - diz êle - o homem tem o dever rigoroso de defender a sua fé, a sua moral, porque as con– diçôer. sob as quais êle pode salvar a alma são as mesmas prescntt1s para todos os sêres humanos. Sem fé e sem moral não há salvação. E o homem que sr. julgar dispensado de viver honestamente, coloca-se no número dos que o Apóstolo São Paulo condena quando ,iiz : " . . .não entrarão no reino de Deus". As diversões foram também objeto de sua apreciação. Desde que elas não sejam ofensivas aos bons costumes} não há motivo para serem prescritas. Referiu-se, nêsse particular, às atividades desenvol– vidas pelo então sacerdote Achiles Rati, depois Pio XI, às represen– tações teatrais de São Francisco de Sales, à arte dramática posta em execução por Anchieta, aos folguedos domésticos prPconizados por São Felipe Nery, aos divertimentos cultuados por D. Basco, "autori– dade incontrastável em matéria de propedêutica cristã", o qual, com a sus. norma de agir, evidenciou "uma das mais eficientes alavancas da reforma social, por éle empreendida com o maior êxito". Pregando '\ neces~idade de vivermos alegres, divertindo-nos dentro da le ide esus Cristo e, reconhecendo "o caráter transitório ãesta vida terrena", alerta a circunstância de vivermos "sem perder de vista o que nos ~spera além da morte'', não obstante existirem - 187 -

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