Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

.-. o. • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS dia e hora em que serei chamado ao Tribunal Divino", é modêlo dn bemaventurança, predominando o perdão concedido - conforme se referiu - "a tôdas a s calúnias de que tenho sido objeto, sem exceç1í.o da que, com inaudita injustiça, i.e fez correr por todo o Império de que eu tinha alcançado por meios simoníacos o Arcebispado da Bahia. Reconheço-me como o mais miserável dos pecadores, m!is. tomo por testemunúa a Deus que me há de julgar que não sou cul– paclo de tão abom.inavel delito"_ Meus senhores ! Marco Aurélio, a supi·ema eclosão do estoicismo, no dizer acer– tado do juris ta PeJ ro Lessa, legou à pos teridade êste preceito que ,;em atravessando us séculos , pelo primor de sua substância: "A alma tem a qualidade de se bastar a si própria praticando a virtude e, af:'sim, conquist:=mó.o a serenidade". O insigne J.Víontaigne, o hipnotizador de consciências, segundo o m.:stero calvinis ta Guizot, testemunhando a sua moral em 1588, assim exprimiu o f:eu pensamento : "Fazer o bem proporciona. :.empre uma satisfação interior reconfortante e inspira essa generos,l alt.ivfz que acompanha a consciência limpa.. . Não é pequeno o c:vmentamento que sentimos ao saber que não estamos contagiados por um século tão rontaminado". Prosseguindo, o ilustre filósofo e mo:.·alista dos "En~áios", assevera: "Reconforta podermos dizer: quem mergulhasse no fundo de minh'alma não me acharia culpado, até o presente, d"l ter afligido alguém, ou o arruidado, e tampouc:> de haver atentado publicamente contra . as leis ou contribuído para fazer que prevalecflssem novidades ou participado das perturbações da ordem, ou faltado à palavra dada. . . Deliciosa é a vida de quem obedece à regra, nics 1110 na intimidade. ·E, ser ponderndo em assunt'> que não suporta a interferência alheia, é aproximar-se da perfeição"• Aquelas dua:; e:xpressões - MORAL e VIRTUDE - irmanadas na consumação dv t em , exer ceram profunda ressonância no espírito evoluído de Dom Romualdo de Seixas. Vincularam-se ao nosso Patrono, sacerdote cuja longa existência tivera como pontos cardeais a humildade, a s'\l:etioria, a grandeza e a modéstia. Dom Antônio de Almeida Lustosa - o Fundador Meus senhores ! Passemos a v,ora a tratar da personalidade do fundador da Cadeira n.º 13. Nascido em São João Del Rei (Minas Gerais ) dia 11 de feve– r eir o de 1886, Dom Antônio de Almeida Lustosa exerceu o arcebispado metropolitano de Belém _ como sucessor de Dom João Irineu Joffily. - 185 -

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