Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
• • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE Ll!.TRAS Tomé de Souza, os Braz Cubas, os Mem de Sá, os Ravardiere, os Ni=tssau, os Caldeira, houve também os fundadores da obra eclesiástica metropolitana cristã: os Nóbrega, os Vieira, os Mont'Alverne,- os l\.lacedo Costa, os Jerônimo Tomé, os Romualdos, propagando a Pát ria, a língua, a fé, a educação, o poder, a paz, a civilização, a fama nacionais". Tendo sido pregador da Capela Imperial e dignatário da Im perial Ordem da Rosa e da Grã-Cruz de Cris~, Dom Romualdo de Seixas dirigiu a Arquidiocese Brasileira durante o período de 32 anos. O sábio Arcel>ispo da Bahia, desfrutando de amizade dos Papas Gregório XVII e Pw IX foi, evidentemente, a figura perfeita do ~sr.adista, do filóse;fo, do escritor, do sacerdote sempre vibranta em prol da grandiosll. e;ausa eclesiástica. Tão intenso fõra o seu fervor religioso que, não obstante a sua idade avançada, ·'ocultando aos olhos do mundo e até da familie. seus exercicios de sincera piedade, certos fiéis o surpreenderam, algumas vêzes, sem que êle o pressentisse, genuflexo na capela su– pe.:10r do Palácio, tmte o Santíssimo Sacramento, na mais profunda meditação. Que sublin1e espetáculo seria deparar-se com êsse velho por tantos títulos respeitável, com êsse vulto venerando, a sós com Deus nêsses mon!entos silenciosos, orando pelo seu povo!" Jamais dêle se apossara aquela vontade de chorar, aquêle tédio p ernicioso, aquela '·forma torpe de desespero que é, sem dúvida - segundo a expressão de Georges Bernanos no seu notável "Diário de um .f·ároco de Aldeia" - como que a fermentação de um cristianismo desfigurado". "Vigoroso na inteligência, ardente no estudo, prático nos negó• cios públicos, perfeito nas letras sagradas e profanas, grave no caráter, ameno no trato formado na escola dos grandes homens, fortalecido no c.risol das tribulações, eis ai o homem que Deus suscitou para ser um dos Atletas da I greja. Como desempenhou essa missão provi– dencial ai estão os seus escritos para responder, os seis volume:; <.le s uas "Obras Completas", para o atestar". Além da Academia Paraense de Letras que, enaltecando-lhe a personalidade, escolheu o seu nome como Patrono da Cadeira n.º 13, o Instituto ~istórico e Geográfico do Pará - nosso co-irmão na C::.ifn!'.'ão cultural no norte do pais - assinalou o seu nome como Pat rono da Cadeira n.º 38 e, o antigo Conselho Municipal de Belém, prestando-lhe condigna homenagem, deu o nome do emérito sacer . dote a uma das principais ruas desta capitel. Falecido e 29 c e dezembro de 1860, na Bahia, aos 75 anos de idade. com o sólido arcabouço moral de que se revestira, Dom - 183 -
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