Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Em plena Cab,magem, "a página mais emocionante e dramática da história da An:a:r.ônia", segundo Ernesto Cruz, "caso característico de individualismo rebelado, no meio dum determir.ismo político irresistível", no dizer de Elias Viana, Dom Romualdo de Seixas, Arcebispo Primaz do Brasil, enviou ao _General Manuel Jorge Rodri– gues, no ano de 1836, uma pastoral, conclamando os revoltosos a à.eporem suas arma&. Irrompida uma sublevação na Bahia em 1837, escreveu duas pastorais aos seus diocesanos, a quem pediu fidelidade aos interêsses ela Coroa Imperial. Dom Romuoldo de Seixas não se restringiu às glórias de seu Arcebispado. A smt argumentação persuass1va e conv.lncente no Far – lamento Nacional :;e transformara em veículo de nobres ideais. Res– salte-se a sua atitude. naquela casa legislativa, em prol de dois assun– tos primordiais e ele grande relevância para a prosperidade da gleba amazônica : foi êle quem primeiro debateu a necessidade de elevar-se a antiga Comarca do Alto Amazonas, à categoria de Provincia, cuja grande aspiração de todos os amazonenses, concretizou-se com a Le: n.º 583, de 5 de setembro de 1850. Foi ainda Dom Romualdo de .Seixas quem primeiro se bateu, no Parlamento Nacional, objetivando a navegação a vapor r"o rio Amazonas, cuja primeira tentativa· de t-ráfego de embarcações dessa natureza, ocorrera em 1826, concreti– zando-se aquela úü.::iativa em 1852. Elevado à dignidade de Marquês de Santa Cru~ mediante ato de D. Pedro II, desenvolvendo intensa atividade parlamentar, Dom Romualdo de Seixa'> foi apologista daquela crença fervorosa qt:e incentivara Frei Fr::incisco Montalverne, no dealbar c a vida, a prn– ferir, ·no púlpito, quando do panegírico de D. Pedro de Alcàntaru, estas palavras exvonenciais : "Religião divina, misteriosa e encan– tadora. Tu, que diriges os meus passos na vereda escabrosa. ga eloqüência; tu, a quem devo as minhas aspirações; tu, minha estrêl&, minha consolação, meu único refúgio!" Personalidad•=c for-mada no seio da Igreja, onde se forjara. a sua mentalidade e os seus dotes de espírito, jamais a sua fé declinara. Justamente em face do seu apêgo aos labores religiosos, aos quais volveu a derucar-se exclusivamente a partir de 1841, o notável pübllcista Misael Corrêa Seixas, numa vibrante página literária, considera o Marqu~s de Santa Cruz "coluna granítica da Igraja , cuja firmeza inquebrantável brotou da própria hora em que, .na sua paróquia nativa do Tocantins, proferia as suas primeiras palavras de semeador à sombra dos arvoredos". Prosseguindo em seu raclo– cinio, o autor de "Estudos e Paisagens" conclui com estas palavra:.; enaltecedoras: "Assim como houve os fundadores <'.te cidades, os - 182 - .1 ~ •
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