Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

• • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Convém frizar-~e existirem expressivas coincidências entre çsses deis lnsígnes pan;enses : ambos naturais de Cametá ; ambos nascido dia 7 de fevereiro embora em anos diferentes; ambos batisados c0m. o mesmo nome de Romualdo; ambos figuras proeminentes do epis– copado brasileiro. Os sábios germânicos Spix e. Martius, de passagem por Belém, fizeram-se amigos do Bispo Romualdo de Seixas; essa amizade e admiração pelos prellicados que ornavam a personalidade do nosso conterrâneo foram 1.ã o sinceras e elevadas que, os dois ilustres oatu– ialistas lhe enviaram da Europa o honroso diploma de sócio da Real Academia de Mumch. S acer dote r,ru.Jer.te, erudito e virtuoso, foi eleit o, logo após haver s ido instituída a nova Constituição por tuguêsa, Presidente ua Ju~ta Provisória Governativa da Província, função para a qual se reelegeu no ano ele 1823, quando se desencadeou nesta cidade um movimento r evolur.wn ário visanc.!u a adesão do Pará à Independência Bras ileira. O preclaro historiador Arthur Viana, rememorando aquela insurreição fracassada, disse que os rebeldes Diogo Vaz de Moya, Bernardo de Souza Franco, Cônego Roberto Pimentel, Inácio Cer– queir a da Silva, AJfar e:o Domingos Gonçalves da Cunha Marrciros, Alfer es Antônio de Loureiro Barreto, Alferes José Mariano de Oliveira Belo, Cadete Antônio Berna! 'do Couto e Capitão Boaventura da Silva, foram condenados à morte. Enviados a Lisboa devido à inter– ferência do Cône1;u Romualdo de Seixas, Presidente da Junta Pro– visona que governava o Pará, foram processados e julgados, esca– :r:ando, assim, à pena máxima. Dom Romualdo de Seixas desempenhou o cargo de deputado ti.s Côrtes, elegendr. se logo após. a emancipação poli~-ica brasileíl'a, deputado à Assembléia- Geral Legislativa. Havendo os seus correligionários cogitado da €'Scôlha de seu nome para a senatórla, o esclarecido prelado declinou ,iessa honra-ria sob a alegação de contar apenas 36 anos de idade. Ultimava os seut preparativos n a capital do país para regressar à mia Província, quando o Govêrno, mediante Decr:~to de 12 de out.ubro de 1826, :1omeou-o Arcebispo da Bahia, Metropolitano e Primaz do Bras il. Depois de h aver tomado posse de suas elevadas funções, entrou s o1enerrtente no Pal:icio Arquiepiscopal dia 28 de novembro de 1828., haver,do o Papa Leão XII confirmado a sua elevação àquele cargo tíio digi:iificante utravé~ da bula de 30 de maio de 1829. Eleito deput.<1do geral pela Bahia em 1834 e em outras legisla– turas, distinguiu-se como · defensor lúcido e intransigente dos inte– r êsses da I greja. - 181-

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