Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

Discurso de Posse Proferido Pelo Acadêmico Aláudio De Oliveira Melo (Cadeira n. 0 13 - Patrono Dom Romualdo de Seixas) na Sessão Solene .Efetuada Dia l O de Maio d,e 1968 INTRóITO Exmo. Sr. Presidente da Academia Paraense de Letras. Exmas. autoridades federais, estaduais e municipais. Senhores acadêmicos. Minhas senhoras e meus senhores. Eis-me diante de vós, ilustres acadêmicos, de cuja honrosa convivência passarei a desfrutar neste sodalício, face à vossa gene– rosidade em decorrência da qual permitistes que eu de vós me aconchegasse. Eis-me cingindo, desvanecido, o colar da imortalidade que a. Academia Paraense de Letras confere àqueles que integram o seu quadro de sócios efetivos e perpétuos. A imortalidada dos vultos que compõem as entidades congê– neres, se refere, nvidentemente, à perene existência nominal, de vez que a eternidade física é infensa ao gênero humano. Invoco, neste momento culminante, quando ingresso "com o coração sem susto" nesta casa de cultura, o espírito luminoso de ::.>ascal, para dizer eom êsse eminente pensador : "O homem, voltado para si próprio, deve considerar o que é, diante do que existe; deve encarar-se como um ser extraviado neste canto afastado da natureza e que, da p~quen;i, ceia onde se acha prêso, isto é, do universo, apren: de a avaliar em seu valor exato, a terra, os reinos, as cidades e êle próprio". Ausctütando o sentido de nossa vida acadêmica cuja perdu– rabilidade é fictícia, pois somente a alma é imortal, indago com o erudito filósofo de Clermont-Ferrand: "Afinal, que é o homem dentro da natureza? Nada, em relação ao infinito; tudo, em rela– ção ao nada; um ponto intermediário entre ambas. Infinitamente incapaz de compreender os extremos, tanto o fim das coisas como o seu principio permanecem ocultos num segredo impenetráve~ E - 178 - ·o ô o •

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