Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

~ o REVISTA DA ACADE.MIA PARAENSE DE LETRAS Mas, prossigamos. Sua inteligência investigadora procura guiar-se com o exame acurado de nosso::; antecedentes historicos. Não I.Jrotamos · como cogumelosem solo americano, e a.inda êstes, hoje em dia, nada provam · cm favor da geração espontânea, exceto que ela não existe. Estuda 6 hornam que somos e o que fomos, examinando o meio, a produção e os hábitos de vida. Perquire-lhe a utilidade, no tempo e no espaço. Naturalmen te, nota desvios na tra.ietória. Nem sempre fica– mos encerrados dentro de um ciclo histórico ininterrupto. Mas a verdade é que nenhum povo é grande, como . e quando quer, mas como e quando podr: . É desse ponto de vista que ás vezes, o recepiendario e eu fica– mos quase em opostas direções : êle, com abundância de luzes em seu caminho ,eu, porque não me permitem ,os fracos conhecimentos, horizontes tão dfü\tados. O polemista e o poeta Insinuei já uma opinião menos favorável ao polemicar cte Alcic\es Gentil, em alguns embates em que o acompanhei, dizencio da clesegualdade de seus vôos no livro "As semrazões da incons ciência". Não o condeno, estou cer to, senão por ..uma questão de temperamento. Aprecio-o na frase flexuosa, na presteza do argu– mento e no cristal transparente do conceito mesmo desfavorável ao adversário, mas severo nas linhas de cor tezia. Costumei-me vê-lo assim em seus torneios, de sorte que toda sua esgrimidura, que aberre de sua escola de primores, surpreende-me, sem agrado. O livro, a ·que me reporto, grafa em seu pórtico rtnas legenda:-· dispares, mas que ambas o sintetisam nos propósitos e no valor . A primeira é de Camilo e a outra é de Alberto Torres. Aquela, 6sUmula o irracioni,:. que existe em cada um de nós e êste, o esL..i– dioso e sociólogo- E é pena, porque, retirados os excessos da ira, lograria obter, Portugal, uma de suas mais palpitantes e enobrece– doras defezas, e o BrasiI, uma das melhores e maior6s homenagens á pureza de sua l>r::iva e honrada estirpe. O sociólogo e o pedagogo realçam desse trabalho, por t~mtos t1t,1los digno de uma. revisão mais serena, afim de 11ue não vicem nêle as faltas e os clefeitos que se increspam ao antagonista . ll.dmiro os homens e os tenho por heróis na tranquila supe rioridade com que c,nfrentam, não os rudes perigos qu,3 lhes ameaçam os pés, mas os que lhes rol~.m e escachoam por sobre a cabeça - 175 -

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