Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS e "As sem razõe'3 da inconsciencia". Servir-me-ei ainda de artigos seus sôbre economia política, geografia econômica e antropogeo– grafia, para os conceitos que aqui emito para o juízo que aqui faço de sua orientação científica e filosófica, como publicista e como orador, ou em seus fortúitos encontros com Erato e Polymnia. Estabeleço bem definidas as duas orientações para não incorrer na censura tão acremente formulada ·por Angelo Vaccaro aos filóso– fos, que se fascinaram com a lei de Darwin, quando a pesquisa cien– tífica verificava a vitória, não do mais forte, mas do mais hábil, da luta pela vida. Não se entl'e'~çam, senão para se fortalecerem, as duas ins– tituições nos livros. como nos outros trabalhos de Alcides Gentil. Suas crenças sociológicas abeberam-se, e nenhuma injustiça :he f:::.ço, nas mesm.a:,, e límpidas fontes , das professadas por Alberto Iorres e Oliveir::t Vianna, como de qualquer outro estudioso dos des tinos que ,superior e invisivelmente, regulam as povos. Mas as correntes, daí derivam, nem sempre se identificam no rumo, e o reci– piendário exprime, cada vez que é preciso, por que procura leito mais adequado ao entendimento. · Não é o homem do bacalhau, da sátira impenitente; mas o irredutível pensador, atrelado a processos de expressão, que lhe são p eculiares e o distinguem, no intelectualismo nacional. Lida, em favor de suas idéias, com independência, sempre que se trata de pessoa:;. porque se estriba em seus conhecimentos de Direito, nos varios ::amos. E como admirou Alberto Torres, também. ar.imirou Farias de Brito e de ambos divergiu, em mais de um ponto de f.Uas locubrações. Terá disso frizunte documentação quem percorra as paginas vivas do "Novos horizontes da política nacionr..l" e as do "As semrazões da inconsciencia", nem sempre igual nos vôos. Aguardo-me para mostrar a exatidão do contraste dos dois livros, em outro capltulo. Por enquanto, não posso nem devo calar a propriedade das obras que analiso. Não as desfeiam imagens impróprias. Perdoem-me os srs. academicos esta advertencia, que encontra fundamento na "nesga de céu azul", de modo algum encastoada, mas, por desconfor; ne, mal embutida numa obra de Direito, vasto manancial que um· dos mais conceituados juristas nacionais for– n eceu à sêde de saber de seus compatriotas. Fostes surpreendidos por ela, como eu fui, sem sorriso, porque não é mácula o céu, mesmo ass:im despropositado, nem deslustra o nome respeitado e digno que por si basta para recomendar qualquer obra. - 174 -

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