Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
• REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS O grande mal da maioria dos estudantes que frequentam nossas ncademias é justamente êste : de seguirem muito terra a terra as t,xplicações do lenh da cadeira, de modo a poderem repetir em exama o que ouviram em a•1la, pois sabem que quanto mais fiel fôr a repro– dução, tan to mais distinta será a nota a que farão jús" . O objetivo dêste trabalho é mostrar que o aviso ai contido, não caiu em terreno sáfaro. \_ O escritor e o orador Abranjo, de t:;,1a só vez, duas modalidades desse invulgar esp'.· rito, srs. acadêmicos, e para isso não me servirá a indelicada situação seguida pelo formidável, mas, sobretudo, veemente Camilo, em pro– positado despique com os amigos quando os tinha de julgar. Foi por isso que preferi vê-lo, no trajeto, sem o embaraço de minha humilde companhia, pois, por preço algum praticaria .J desprimor de me volver o dorso, muito embora tenha de discordar de suas idéias. Escr eva êle ou fale, - a preferência aqui é a ordem crono– lógica em que manifestou suas aptidões intelectuais -, é positiva a preoccupação de se fazer entender, pela elegancia da forma ,'? cor– reção da linguagem e imperativo seu desejo de não ser interrompido ou contariado. É óbvia, a meu ver, esta maneira de Alcides Gentil : há nêle um autodidata irrepr imível para quem os livros são meros incentivos, ou mesmo estimulas fortes a pensamentos, que te robustecem a cada instante. Desagrada-lhe r epetir o que outros formu,nram, des que nilo ,e identifique com seu temperamento, desde que se não integre -,,m ~e:u cu. Mas lf.So não constitue defeito, ao menos para mim, que pertenço a uma escola filosófica em que se diferencia a cultura da c;rudição - culiure 1mJ Imowl1:.Ige. E cultura é, antes de tudo perf~ita assimilaçüa. É o caso de Alcides Gentil. Assim inicia o seu "O Brasil e o Internacionalismo": "Emílio Litt:·é. um dos mais valentes propugnadores da dissi– dência contista, às primeir as páginas do livro em que traçou a aná– lise da obra, verdadeiramente admirável, do fundador da r eligião da humanidade, empres tou a Alfredo de Vigny a definição exata do que ~;eja uma grande v1du : - "Um pcnsnmcnto da mocidade, r ealizado ne. idade madura". Foi, sem dú,·ida, uma grande vida a do Barão do Rio Branco•·. . ' ... . . . .. . . .. ... ' . . ......... .. ... . ... . ........ . . ........ ... . .... . .. . "Hoje, que un1J. legião de homens de b em , espírito!: equilibr,1dos, p1ocura resolver cc:n largueza de vista sos problemas mais impor· -169 -
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