Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Citações : Decorre do exposto, que me absterei de multiplicar citações, no que tenha de dizer. Cumpre-me, contudo, explicar-vos que sempre me repugnou ver, desarticulada do verdadeiro sentido, qualquer porção de trabalho mental. Uma frase, destacada sem probidade, pod.:), criminosamente, contrariar uma obra inteira de prosador, mesmo atilado. É, por vezes, garantia de saber; mas participa sempre da fata– lidade que um grande operador germânico atribue à Cirurgia : é a ar te da mutilaçã,J .. Devo, .::a k<.ltartio, i,1cluir, ü.:isde já, que o recipiendário, de hoje, costuma jµstificar umpJamente O uso dos trechos, que apropria, dando-os na exata significação. Em vários passos de sua obra, há mais do que a p re;,ccupaçáo cta 1 1 ctelidadc) aJ t1Lulo e às pági11.as cto livro : a observância de ética apreciável, que o obriga a sumariar o assunto, para melhor definir ô emprêgo da porção escolhida. Mas não se sungra alguém em veia ue saúde, alheio inteiramente se com,idero ao objetivo de sua atenção. Colhe-se isso do preceito biológico, em refer ência ao esquecimento em que andam os órgãos si.>,r:hos de qualquer criatur a. A doença é que os insinúa à lembrança. Ainda, neste caso, assim, realmente, é. Sinto-me forçado à escolha dos três primeiros parágrafos do prf:!íácio do dr. Luiz Carpenter ao livro "0 Brasil e o internaciona– lismo", da autoria do recipiendário, porque sôbre êles vae gir ar esta conversa, que só não é, no todo, de frouxa contextura pelas cabedaes nela utilizados. Escreve o ilustre professor de Direito : "Alcides Gentil escre– vendo, aos vinte anos, um trabalho como o que se vai ler, asst.:. . perante a pátria um compromisso grave - o de dar a ela, na medida liberal do brilhante talento de que é possuidor, os serviços que ela tem direito de exigir ele cada um dos seus filhos. Aos vinte anos, os rapazes das nossas academias, se são ricos, em ger al, ou se quer em fazer o curso apenas por mera vanglória, cuidam mais de passar o tempo agradàvelmente do que de assíduas e pacientes leituras, se são pobres e estudam com amor à ciência a que vão d e d ic a r a ~ l 1 a vida, não Lêm, muitas vezes, a l-Jrecisa coragem para se atirarem à leitura profícua de numerosos autores, de modo a adquirir em um cabedal suficiente a habituá-los a compreender o desenvolvimento do programa da cadeira por parte do lente, a avaliar o mer ecimento dêsse programa , a discernir se esta é uma síntese lógica e científica da disciplina tratada ou se é uma enfiada de pon tos (ainda b em que êste é o termo) mal alinhavados por !ligum remendão. 168 -