Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

. . ALCIDES GENTIL E MANUEL LOBATO (Publicamos abaixo, como homenagem à memória de dois homens que tanto honraram a cultura regional, o discurso de recepção a Alcides Gentil proferido ,pelo acadê– mico Manoel Lobato, na sessão solene realizada pela Aca– demia Paraense de Letras, no Teatro da Paz, à noite. de 20 de setembro de 19281. Sr. Alcides Gentil: Abrem-se, hoje, as portas da Academia Paraense de Letras a receber-vos, sem que cedam a qualquer outro impuls_o, exceto vosso reconhecido mérito. Estarieis aqt•i, certamente, do início de nossas tertúlias, se o reconhecimento de vosso valor intelectual bastasse a nos dispensar a cortezia de prévia consulta. Mas des que tivemos vossa acquiescência, a mim, o manda– tário menos graduado, como a vós, ilustres membros da douta cor– poração, cabia tão sbmente a acolhida, cordial e elegante ,justamente por que ingênua e !;imples, de nossos maiores. E só por êsse motivo ascedi ao convite de transmitir-vos o pens!lmento de meus pares : - dispensáveis a apresentação. Assim, transportes a gôsto as alamedas festivas, de onde trescalam as flôres aprimoradas, que (le gregos e romanos foram adquiridas, em longo e perfeito convívio espiritual, por tanta intelígência de pró!, para 0 deleite desta seleta companhia e, desta ,em tanta maneira, ilustre assistência. Contornarei os caminhos, que trilhardes, porque nã,e cabe ao apreciador obscuro o mesmo enlêvo, que domina e arrasta o cultor de tão aprPciados jardins . Onde a sever~ oratória acadêmica risca preceitos de rigor, sem os realces que a imaginação autorisa, contentar-me-ei de saudar o trounfo que vo sassiste ,a vós, orador festejado e escritor primo– roso, nas curvas de onde possais ser distinguido em figura, no trajeto glorioso. Simples curioso, em gestos de admiração e nunca entendido, com propósito de Mecenas. - 167 -

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