Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE D E LETRAS se não antes , com C.'erteza ao tempo do Govêrno Pai~ de Carvalho. Faltoso, jamais conseguira receber um mês inteiro de vencimento, a não ser quando est.:,;·e na Secretaria o doutor Serzedelo Corrêa. Verd.adeiramente surpreendido ficou, quando r ecebeu o di– nheiro. E dizia ao seu chefe : - Juro Dr. Serzedelo, que só agora vim a saber o meu ganho verdadeiro. Daí por diante ninguém o venceu em assiduidade. Era dos primeiros que chegava, e dos últimos que saíam. E um dia em que r1;r"Ostado em sua. cadeira e as pernas estendidas sóbre outra, dormia a sono solto, foi despertado pelo ruído que fazia um funcionár:o a fechar as janelas; exclamou: - Que fazes? - Fecho a r epartição. - E os outrcs ? - J á foram todos. - Canalhas, vão-se todos e fico só eu a trabalhar. Nêsse ponto. como no indumento, eu quero acentuar a dife– r ença que há entre o Juvenal e o Jaques, que trabalha e tem pouso certo. A quasi semE:Jhança é apenas relativa à singeleza de estilo. Retornamos ao livro. Comecei por apreciar a descrição minuciosa e interessantíssima do preparo de uma panela de barro. Posso contar por alguma centena, as que vi fazer, na minha meninice e até na mocidade, mas numa me apercebi da delicadeza do trabalho. E eu q_ue conjecturei, muita vez, caso falhasse na vida, em criar pintos n a rnça, agora com ~ua receita à vista, gostaria de mudar de ocupação para manipulador ue panelas. Entre outras ptí,ginas do meu agrado, não posso esquecer füi emotivas que v. dedicou ao José Simões, querido amigo em quem tão pouco havia cl.e carne, que eu sempre só consegui apreciar-lhe o E,SpíritO. E aqui, vamos parar num abraço amigo. Em, 18.6.949, a) Manu~l Lobato 166 o

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