Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Gosto da po;isia de Bruno de Menezes. E, mais, porque n ão se circunscreve aos versos; alarga-se e revela-se na própria vida do r;oe!a. 1!:le a faz doce e comunicativa, o que lhe dá intimidade com as cois as e, assim, ctelas pode fazer emanar o lirismo iwanslúcido com que as transfigura ·na arte. . . . . . . . . . . . . "Quantos passos andei nas madrugadas de volta de seu carinho transpirando perfumes da sua carne ! A lua some. Amanhece. Virá o sol saudar as flõres do jardim que ela plantou". Cultivando a!'.õ formas ricas, çue trazem um certo sabor de insubmissão lírica, amigo das imagens diretas, mas sem desprezar as sutilezas e o j õ~o. atilado e multifário da inteligência, Bruno de Menezes é o poeta ele seu tempo e da sua sensibilidade. Tud·o que lhe dá o mundo, êle tr ansforma em matéria de poesia. E , fazendo versos, vive a vida amando nela tudo quanto lhe faz vibrar a ima– ginação, sempre ávida de nõvo e de imprevistos, para satisfação de sua tntima energia ':l a impetuosa vivência de todos os seus sonhos. Bruno está entre nós. Ouvindo canções, ouvindo tant ãs, ouvindo mens agens de enrê.do tapuia e de s audades mestiças, no alarido de canto, de côr e de luz da nossa terra e da nossa alma. Abracemo-lo, nessa nüsteriosa fascinação da sua poética e no encanto da s ua estesia interior. "Jornal do Coméréio" Manaus - 29.06 .963 - 164- o

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0