Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACAOEMTA PARAENSE D E LET RAS E, no perpétuo ideal que te devora, Residem juntamente no teu peito Um demônio que ruge e um deus que chora". Dêle poder-se-á dizer o mesmo que Agripino Grieco dissera ao referir-se à maior expressão poética do nosso espírito clássico, na tra.nsição entre o parnasianismo e o simbolismo, que foi Raul de Leoni, autor do livro "Luz Mediterrânea" : "Apresentou-nos diaman– tes de sonhos, cristalizados pela flama da verdadeira poesia. Como E-m todos os grandes artistas, havia nêle, no mínimo, uma dúzia rie almas. Amava as civilizações puras e t ambém o encanto das épocas de corrução, quando os homens gostam das frutas muito madur:is, dos vinhos muito adocicados e dos perfumes enlanguescedores". . Os paulistas levantaram uma estátua, na praça pública, ao vigo– roso bardo do "Caçador de Esmeraldas". Nós, os homens da gleba amazônica, deveríamos erigir em nossos espíritos o monumento subjetivo de pex:ene admiração a Olavo Bilac, naduzido no culto fervoroso de sua memória. Legítimo artista da palavra, verdadeiro burilador de ritmos, a homenagem mais significativa que poder-se-ia prestar a Olavo Bilac no cinqüentenário de sua morte ocorrido a 28 de dezembro de 1968, seria a reimpressão de sua bagagem literária ou apenas a reedição de seus versos, para que a geração atual pudesse sentir em tôda a sua essência, e admirar em todos os seus aspectos, a amplit ude dn ima- 1:,inação de um p oeta de raça, em cuja lira maviosa trescala, como na concepção de Augusto Freder ico Schmidt, "o perfume dos amores puros, que vão dar frutos sadios, o perfume das flores simples, que \·ão desabrochar nas madrugadas !" • - 152 - 1 •·:

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