Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS tt>rra, em suas primícias, ao ser descortinada pelos viajores alie– nígenas: "Pára ! Uma terra nova ao teu olhar fulgura ! Detem-te ! Aqui, de encontro a verdejantes plagas, Em carícias se muda a inclemência das vagas . . . Jl'.:ste é o Reino da Luz, do Amor e da Fartura ! Treme-te a voz afeita às blasfêmias e às pragas, ó nauta !· Olha-a, de pé, virgem morena e pura, Que aos teus seios entrega em plena formosura, - Os dois seios que, ardendo em desejos, afagas ... Beija-a ! O sol tropical deu-lhe à pele doirada O barulho do ninho, o perfume da rosa, A frescura do rio e o esplendor da alvorada ... Beija-a !É a mais bela flor da natureza inteira ! E farta-te de amor nessa carne cheirosa ó desvirginador da terra brasileira !" o traço característico de sua organização como poeta, jornalista, escritor, conferencista, foi o sólido equilíbrio que o amparou em tôdas 8S circunstâncias. ~sse verticalismo fundado no bom senso e •~m certas particularidades inatas ao seu caráter, fez dêle o êxito dos ?.contecimentos altamente nacionalistas no primeiro quartel do sécu to P,tual. Mas, Bilac não foi apenas o conferencista de altos méritos, eM cujos discursos sente-se e ausculta-se a flama contagiante do espirito de brasilidade. Não foi somente o vibrante poeta nacionalista, embevecido pelo solo pátrio, espalhando a seiva do civismo através de poemas imortais. ~le foi também o grande poeta amoroso, que soube cantar com eloqüência o sentimento predominante da humanidade - o Amor - o qual, segundo o conceito luminoso de Hermes Fontes, "é o protoplama espiritual da Vida . .. o sonho que desvaira. . . o delírio que aberra . a asa que nos transporta à Terra Prometida ... o Amor . . . castália azul que o Bem e o Mal encerra . o Amor (a alma adormece e a boca se intimida:) reticências do Céu . . . pa rênteses da Terra!" - 146 - j , • •.J .

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