Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
• o • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Mas ier e-mc êsse urbanismo, emudece o meu lirismo qu~ outrora te decantou. Vejo apenas a cidade que aumenta a minha saudade da cidade que passou! Qua1·,ào da vida sumir-me, para nunca mais voltar; Quando Deus quiser punir-me e B!·agança me chorar, quero que as suas palmºeiras sejam minhas carpideiras. murmurantes e gentis; Façam por tôda a cidade um canteiro de saudade com os poemas que lhe fiz !" Sim, esta é a casa de Bragança. Da cidade para quem - já lá se vão tanto,;; anos - êle fazia sonetos como êste : "Hoje, rP,vi a casa onde morava, em tempos idos, meu amor primeiro. A casa i:\ a mesma. Apenas, no terreiro, não há mais o jardim que ela tratava. E r g1.1e-se em frente um muro de mosteiro, em vez da cêrca de jarana brava; Junto ao portão havia um jasmineiro que os .seus negros cabelos perfumava. Vi, nesse muro e nessa casa escura, a forma estranha de urna sepultura onde r epousa a minha mocidade . .. Interrompi, de súbito, a passagem, para depositar, como homenagem, um olhar. . . um suspiro . . . uma saudade !" Esta casa, Senhor Governador, é o teto acolhedor, - doce aconchego, ninho mômo e t emo abrigo - que Vossa Excelência pro- 133 -
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