Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS estava todo no fi,m . .. E, à vinda de um nôvo dia, o meu amor se extinguia. Senhores: . ;• ' Creio que, na medida de minhas possibilidades, falei o sufi- ciente sôbre Wenceslau Costa, embora não tenha dito tudo o qu-e êle merecia. Poderia terminar aqui a parte dêste discurso reservada por um dever e por um prazer para homenagear o inesquecível autor df- "Florões", "Terra das Amazonas" e "Cântaros Azuis". Todavia, peço que me permitais ainda enaltecer uma faceta da personalidade e.e Wenceslau Costa : a ternura que sempre devotou à companheira de suas lutas e seus triunfos. É muito significativo, e de certo mod0 comovente, o fato de que a derradeira composição poética por êle escrita, em 1960, tenha sido dedicada à Dona Sílvia, sua espôsa. E mais significativo e comovente é que, da inspiração do talentoso vate. tenham brotado estas palavras cálidas de afeto, rosas orvalhadas de emoção: NOIVOS ETERNOS Como duas galeras, côr de arminho, Dois cisnes alvos, plácidos, cismando, Passam ledas, sonâmbulos, boiando, No silêncio do lago azul-marinho. E assim, felizes, cheios de carinho, A tona d'água, místicos, nadando, Julga-se vê-los como que sonhando, Estivessem os dois dentro de um ninho. Enoivaram, decerto, à luz das luas, E no enlêvo sutil de cada afago, Parece-me a fitar as plumas suas, Que nós dois, em intérmino noivado, Somos êsses dois cisnes sôbre o lago, Venturosos, nadando, lado a lado. . ... . ............................ . ... . ... . ..... AUTO-RETRATO Alvares da Costa, Misael Seixas e Wenceslau Costa foram homens -116- • • o

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