Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
• • o • .o REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS E na grande mudez da soledade, paira em tudo uma sombra de saudade .. . O ·crepúsculo é a imagem da Velhice.. Poesia intitulada "Voz Misteriosa", do livro "Tena- das Ama– zonas" : Emotiva e lendária, a voz do vento forte · Tem o imenso bramir de vibrantes tropéis ; ·vêzes há que é tão c·alma, a vir de sul a norte e ora estronda ao passar nos ríspidos parcéis. E é a voz que me diz os ais da estranha sorte e da glória relembra os rútilos lauréis ; e essa voz que é de Amor, que é de Vida e de Morte, lembra o harpejo floral da voz dos menestréis. Voz errante e sutil, que, na crista do monte, passa como epinício e, empós, régia e bravia, gloriosa vai clamar nas pompas do horizonte. Ela é a voz perenal de todos os Destinos ... E eu sou como um ocaso, ao fim de cada dia, chorando pela voz dos legendários sinos. Poesia intitulada "Da Verdade das Cartas", do livro "Cântaros Azuis": "Um dia, com o Cartomante, num quarto negro fechado, eu perguntei par a as cartas, no seu mistério encantado, que me disseram sem mêdo, do meu amor soluçante, da minha vida o segrêdo. "E, as cartas, uma por uma, como folha desprendida, que vai rolando na bruma, sor riam tôdas de mim... "As cartas, rindo, disseram, que o santo amor que me deram, -115-
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