Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS e sonoro, do cp1e dá mostra êste trecho de sua obra "Estudos e Paisagens": - "Vê::; ? É o mar tranqüilo, imenso, bonançoso, galerno. É indivulgável o horizonte, através da noite. Madrugada. Rórido clilú– cctlo. Nenhum balouço. Aura benigna. Éolo não descativou ·a tem– pestade. - "Ouves? São os sibilos do vento, na tensa cordagem , que Estala e range; é o doce murmúrio da reza nas nereidas, inefável, quase etérea. . . Esta toada teria acompanhado a alma lancinada do viajor, ;;. Ithaca, de regrasso aos beijos de Penélope . .. " Wenceslau Costa Sôbre Wenceslau Costa é necessário que eu me refira de maneira mais extensa e com especial carinho, porque mais a êle do que a mim pertence a glória desta noite. Comcçarni pelos s:eus dados b;_o. gráficos. Wenceslau Pinheiro da Costa nasceu nesta bela cidade de fron– dosas mangueiras, no ano de 1905, mês de novembro, quando as grossas chuvas do Pará começam a lavar o chão de nossos pecados. Dia 28. Faleceu a 26 de fevereiro de 1967, dexiando seu corpo sepul– tado no Rio de Janeiro e seu coração enterrado nesta terra quA tanto amou. Ere. cirurgião-dentista formado pela Faculdade de Odontologia c'o Pará, depois de ter sido tipógrafo a depois de enfrentar o trabalho árduo no interior quase selvagem da Amazônia, onde seu pai, "coronel de barranco", negociava com a seringa, que naquela época ainda esticava a economia da região. Foi também jornalista, chegando a fazer por conta própria um pequeno jornal. E , mais do que tudo isto. foi poeta. Em sua vida literária destacou-se como dos reais valores da famosa geração de 1920. Integrou a Associaç1í.o. dos Novos. Entrou para a Academia Paraense de Letras em 1949, no dia em que comple• tava 44 anos, isto é, emplena madureza intelectual, nem muito jovem r,ara não saber o que fazia nem muito velho para não fazer o CJUP. sabia. t ngrec;sou nn I11sti t11to HisMri.cn e C:enr,;rrífico elo Pa rá. rlo e. uai foi orador oficial, r::ertamente ~cm menosprezar aquêle velho xaciocínio de Platão : "Os sábios falam porque precisam cli~er alguma coisa, os tolos dizem uma porc;fio de coisas porque precisam falar". NP.s ta J\c:idemia Wenceslau Costa de!"empenhou a função dP. 2.' Secrcttirio em 1950. No ano seguinte torno11-sc 1. 0 Secretário e com a eficiência de um Alonso Rocha executou importante trab alho de reor- - 112 • • •

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