Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

tJ o o ,. o REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS literários e estudos históricos do Amapá. Extinta a "Mina Literária"' ~ates que a aurora do nôvo século clareasse o horizonte de nossas letras, então coberto por nuvens de discórdia, Alvares da Costa fixou-se cm Macapá, consagrando-se às atividades jurídicas. Prefaciando o poemeto "Lavas", de João Marques de Carvalho, Alvares da Costa, alinhou lúcidas reflexões em tôrno da luta pelo bem social, das quais, para encerrar a presente alusão que faço à sua pessoa e sua obra, retirei esta : "O momento é decisivo : acompanhar, lutando, a ação do tempo e as leis do mundo, ou permanecer perpetuamente abatidos. A luta que há-de vir encontre-nos dispostos, nós, filhos do Equador, que, tendo sõbre a cabeça, o calor dos trópicos, não devemos ter no peito ú frio glacial dos polos. Quem tem fogo nas idéias não pode ter gêlo na vontade". Misael Seixas Misael Corrêa Seixas. o primeiro ocupante da Cadeira n. 0 2 desta Academia, nasceu a 16 de dezembro de 1880, no Pará, cidade de Baião, filho do Tenente-Coronel Antônio José Corrêa Seixas e D. Libânia de Brito Seixas. Estudou na Faculdade de Direito de Recife, onde diplomou-se no ano de 1903, sendo o único paraense em sua turma. Foi catedrático do Ginásio Paraense, atual Colégio Estadual "Paes de Carvalho", responsável pela cadeira de Geografia, lente de Economia Política da Academia Livre de Comércio e docente da Uni– versidade Livre· do Pará. Publicou vários trabalhos literários e jurí– dicos, entre os quais "Estudos e Paisaglens", •"Terra Amazônica", "Cruzeiros do mar" (estudos geográficos), "A estética do Jus", "Em bargos Cíveis", "Ação Rescisória" e "Memórias Jurídicas". Deixou inédito o livro de Direito "A Prescrição". Ao fim da década de trinta fundou o jornal vespertino "A ação". Foi colaborador da "Folha do Norte" durante mais de 20 anos. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Pará, onde é patrono de uma Cadeira. Casou-se com a senhora Elmira de Mendonça Seixas, deixando três filhos, a pianista Doralice Mendonça Seixas, o médico Antônio Corrêa Seixas e o mem– bro efetivo desta Academia, engenheiro e arquiteto Feliciano Seixas, au tor de um livro de crônicas p.e viagem que a conceituada Livraria São José, do Rio de Janeiro, lançou afirmando não ser "um mero caderno de impressões, mas um mundo de arte, de psicologia, de Pncantamento, de graça e de ironia, e, ao mesmo tempo, uma inter pretação histórica e social". Em tõrno de Misael Seixas, o literato, não me furtarei a fazer t•ma curta mas sugestiva observação : êle escrevia em estilo burilad0 ·- 111 -

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