Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971
• • · O • REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS seria de estudioso pesquisador de valôres da nossa terra, em vária.;; i:,rovincias da cultura. Escreveis, não com a tortura de Flaubert, qu?. levou dêle a dizer Dwnas Filho, que era um dêsses marceneiros que derrubam tôda uma floresta para fazer um guarda-roupa. Mas escreveis como desejava o autor do "Inferno Verde": sem i.Jabujar o papel de insanidades nem violentar o bom senso. Somais a essas riquezas do espírito o imensurável tesouro moral do homem da família que sois, fiel à dignidade do lar em cujo calor bebestes fortaleza de coração e alvoradas espirituais. De honrarias outras sois possuidor, desde os dias zenitais da juventude, vitoriosa duas vêzes como orador de vossas turmas de farmacêutico e Médico; merecestes medalhas que testemunham o valímento de vossa obra de geógrafo e folclorista. Esta noite, porém, meu ilustre confrade, permiti que vos diga ser a mais alta de vossas conquistas. Ela vos consagra sacerdote da Beleza, do Ideal que nos congrega, irmana, estimula na perpetuação da chama faulhante que outros antes de nós conservaram, viva e pe– rene, como o símbolo do pensamento mais elevado de nossa terra. É oportuno lembrar, aqui, que, de motejos e restrições às ativi– dades e estrutura das Academias nem a de Fraça escapou. E é Josué Montelo quem no-lo relata em seu livro "Na Casa dos Quarenta", que a zombaria à Academia e aos Acadêmicos, no dizer de um dêles. passou a apoiar-se no famoso numero : Quand nous sommes 40, on se moque de nous. Sommes nous 39 ? On est à nos genou. 1!'.:stes dois versos, conclui Josué, foram traduzidos por Lauro Müller, na conhecida quintilha : Se vivos somos quarenta, alvos somos da ironia. Mas o riso não se agüenta, ninguém mais nos torce a venta se há vaga na Academia. Nobre é a missão das Academias. E vós, de hoje em diante, dela participais co mo entusiasmo de vossa saúde cerebral de homem de ciência e homem de letras. Filhos da Amazônia, terra de "selva sádica y virgen", de "árboles que tienem sangre blanca como los dioses", de que a Péricles Moraes falava José Eustásio Rivera, não deslembremos, meu confrade, meu amigo, meu irmão, que a eternidade da Beleza de que sois hoje, - 105 -
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