Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

• • e REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Quando a Academia cometeu-me a incumbência cte Relator da Comissao que estuaou us obras com quf:: 1:;e canruuatava o novel Aca– démico à Poltrona de que é agora detentor efetivo e prepétuo, par.:i. honra de nossa Compannia, o ser seu velho amigo e companne1ro Ctt"! outras instituições nem por um momento me trouxe ao espírito pre– ct1spos1çoes camaradescas ue o Juii;ar sf::m a met1cu10sa leitura cto que submetia a julgamento. A quem 1az ae jwz, aconseihavel é lembrar a llçao de ltuy na uração aos Moços, quancto exemplüica a Justiça com a ação de Canuto, rei dos Vândalos, que, mandando justiçar cleterminactos indivíduos que isso mereciam e poncto um cle1es em– bargos de que era seu parente, respondeu : "Se provar ser nosso parente, razão é que lhe façam a fôrca mais alta". Quer o com is to dizer, meu 11ustre coruractf::, tJ.Ue a vossos crc.· balhos muito bem se aj usta o conceito do notável geógrafo Eictorxe Moreira, ao afirmar que presentement~ a Amazônia r epresenta m~nos um desafio à nossa inteligência pelos mistérios do seu solo, da sua tlora ou da sua fauna, do que um desafio à nossa capacidade de trabalho e de empreendimento pelos estímulos e interésses que nos ~uscitam as suas possibilidades econômicas, orientados que devem ser esses estímulos e interêsses no sentido nacional. A Amazônia de vosas cogitações não é aquela que. Alberto Rangel, em carta de 1935 a Péricles Moraes, lamentava se ter tornado, apenas, um convite aos excessos de adjetivação e à barateza do cientismo impostor, com os quais tanta gente vai-se copiando àe uns a outros. Verdade é, reconheçamos, que o julgamento de Euclydes ja assumia dimensões axiomáticas quando a bravura de Araújo Lima lhe r ebateu, com veemência, a injustiça da classificação do homem regional, configurado como "um ator agonizante, ou ser, ainda, um intruso impertinente que chegou, sem ser esperado nem querido". Para enfatizar sua crítica ao celebrado escritor de A Margem da História, afirma Araújo Lima: "A terra não insuceptível de ser domada; apenas ainda não o foi porque o fator humano é mínimo, escasso; mas não incapaz". Entretanto, ainda nos dias atuais, como a con traditar o desufio que a Amazônia representa par a a história e para a cultura brasileiras, há quem escr eva sôbre a Gleba, com evidentes rompantes de p sicas– tenia, debilidade intelectual, em têrmos fantasiosos e inverossímeis, sem temor 30 ridiculo diante da pragmática moderna. Verifica-se a propós ito, em recente divulgação considerada ofi– cialmente válida - porque incluída na Bibliografia da SUDAM - sob o título AMAZÔNIA, TIPOS E ASPECTOS, um capítulo em que se pretende retratar o nosso tradicional Ver-o-Pêso. Aí encontramos - 103 - - - - ~ - - - - - ~ - - - - - - - - -

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