Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS Em cada capítulo faz referências categóricas às questões fun– damentais; proporcionando dados numéricos dos componentes quí– micos de alguns dos alimentos regionais mais utilizados, indicando, sobretudo, a riqueza vitamínica dos mesmos. É muito satisfatório observar os esforços que, no aspecto da dietética, realizam os investigadores do Brasil. E ainda que em out.ros países do Continente não faltem trabalhos de tal natureza, os elabo– rados pelos brasileiros são seguramente muito mais sistematizados no _que toca à classificação das deficiências alimentícias por zonas territoriais". O FOLCLORISTA Fruto de longos anos de labor e de pertinaz observação, como adverte no prefácio, é a CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO FOLCLORE AMAZôNICO NA ZONA BRAGANTINA, trabalho publicado em sepa– rata no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi pelo sr. Armando Bordallo da Silva, como pesquisador de Antropologia do estabele– cimento. Defrontamo-nos aí com o folclorista de vocação, aquêle que, no entender de Arnold Von Gennep, "sente uma simpatia direta; imediata, pelo povo mesmo, ao qual êle pertence, pela vida propria– mente popular, por sua simplicidade e ingenuidade, pela sua rustici– dade e grosseria, mas que, tudo isto, é a própria seiva de seu poder vital". O folclore - diz ainda o mesmo autor ;_ não é, como se pensa, uma simples coleção de fatos disparatados e mais ou menos curiosm:; e divertidos; é uma ciência sintética, que se ocupa especialmente õos camponeses e da vida rural e daquilo que ainda subsiste de tradi– cional nos meios industriais e urbanos. Armando Bordallo da Silva, pelo método de observação, per– correu seu município em tôdas as direções, na investigação de tudo 0 que diz respeito à terra e ao homem. Esquadrinhou, prescrutou todos os quadrantes, levantando o contôrno da costa marítima, cole: tando os hábitos, os costumes, as superstições e crendices da gente simples de sua terra. Como o douto Renato Almeida, sabe que "em todos os ramos c'.a cultura do folclore no Brasil conhecemos ainda bem pouco com um sentido regional, e cada pesquisa é uma descoberta". Daí o revelar, com amor, nêsse e outros trabalhos, carnaval, crenças reli– giosas, Natal, Ano Bom e Reis, Quaresma, festas do Divino Espírito Santo, São João e de São Benedito, nas manifestações típicas de cada ciclo, música e danças, artes e artesanatos do povo. - 102 - • • •

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