Revista da Academia Paraense de Letras 1969 e 1971

. DISCURSO DO ACADÊMICO DE CAMPOS RIBEIRO Saudando, em nome da Academia Paraense ele Letras, ao con– frade Armando Bordalo da Silva, ao ensejo de sua posse na cátedra n.º 23, o acadêmico De Campos Ribeiro proferiu o seguinte brilhante discurso: "Expressão cordial da pragmática, antes do imperativo estatutário, investe-se-me a palavra, diante de vós, senhores, da responsabilidade tri-secular de uma herança. Sim, de uma herança, que nos veio da Academia Francesa. E incumbe.me , por isso, dar-vos as boas vindas desta Casa, ao conferir-vos o Silogeu as honras e glórias da imorta– lidade, senhor Armando Bordallo da Silva. A intransigência do Ritual, quando se lhe submeteu o saudoso Orlando Lima, levou-o a lembrar a ironia de Voltaire que, interpe– lado sõbre as Memórias da Academia de França, delas disse que não eram mais que sessenta volumes de cumprimentos ... Convenhamos que assim tenha sido e continue a sê-lo, pelo tempo, nas Academias. Como não virtuar, em tão solene ocasião, as analidades de quem aqui ganhou lugar arrimado, tão só, ao bastão ~-nímico da lucidez distintiva de um sabedor? Um sabedor como definiu Ruy, não armário de sabedoria armazenada, mas transfor– mador reflexivo de aquisições digeridas, porque o saber não está na ciência alheia, que se absorve, mas principalmente, nas idéias próprias, aue se geram dos conhecimentos absorvidos, mediante as transmu– t~ções, por que passa, no espírito que as assimila. o recipiendário desta cerimônia, senhores, que vós e nós Aca– dêmicos festoamos de simpatia, calorosa e aplaudente, é, com signi– ficativa exatidão, um homem de letras. Não se inscreve, entretanto, na ordem, não menos primacial, é certo, dos beletristas. Não, e porque a sensibilidade, já na meninice, a visão i11torior lhe espicaçava, na observação e no desejo de entender determinados prol.Jlcmas humanos, que pressentla ligados à possante grandeza da poesia telúrica, bárbara e impressionante. _94·_ o Q o

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