Revista da Academia Paraense de Letras 1964
SILVIO ROMERO Conferência realizada na Academia Para– _ense de Letras Acadêmico !GNACIO DE SOUZA MOITTA Senhor Presidente da Academia: Quisestes que fosse assim, senhores acadêmicos, e eu vim, não para os esplendores des!a tribuna,, de que sem~re rhe arreceei e fugi, mas para servir-vos, que e um modo am– da de obedecer, na confiança em que estou de, por vosso mandato, ser apenas aqui, um simples mueslin da vossa crença e o éco de uma grande voz interior, que é a vossa, a convocar os raros fiéis, para o ceremonial de um rito. Porque, se bem atentardes, o sentido desta hora é de recolhimento e de evocação, uma reverência de um culto, àquele que representa uma das expressões culminantes da inteligência brasileirà e, por mais de uma geração desbra– vou caminhos, abriu rumos e apontou diretiizes à nossa cultura, com a coragem destemerosa dos pioneiros, com o fervor evangélico e oracular de um ap◊stolo e a dedicação beneditina, inabalável e persistente de um Mestre. Em verdade, de Sílvio Romero, bem se poderia dizer como Dante, de Virgilio: Tu duca, tu signore, tu maestro. Guia, mas nem sempre compreendido, Mestre, mas não raro negado, quando não esquecido, ou simplesmente lembra– do, como protótipo de intransigência dogmática na história e na ciência do direito, ou como exemplo de agr~ssividade e de intole!ância, ~a polêm!ca e ~a crítica literária. No entanto, por ge_raçoes segmdas, mmtos nel~ encontraram, mais que a voz que foi con~elho, e ~ gesto que foi amparo, a palavra final para tan– tas duvi?as e o impulso para ~sc:se e par~ realização. Nem to– dos porem, que buscaram no ms1gne serg1pano, roteiro e luzes ' ' -77-
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