Revista da Academia Paraense de Letras 1964

REVISTA DA ACADEMIA P ARAENSE DE L ETRAS cunstância que de muito influiu na justa nomeada, até mes– mo fora da Amazônia - de maior orador do Pará ! Espírito alegre, -admiràvelmente jocoso, num con– traste frizante entre o homem feito e o adolescente, nem por isso deixou de ser um grande emotivo·. Poéta de fina estirpe, como bem o classificou venerando Membro desta Academia, também eleito das M.usas, foi, Dejard - dos mais singulares pelo apuro e brilhio de linguagem, pelo ritmo de suas estrofes e pela variedade sonora de suas rimas". De sua Emoção e de sua veia poética, legou às Letras Brasileiras, enfeixados num volume que denominou " Evan– gelho do meit Filho", uma dúzia de sonetos decássilábicos de uma delicadeza filigranada, raros nos dias presentes. " Pecado" , um dêles, pode ser recitado como exemplo : Pecado ? Existe, sim, se te curvares à consciência que não for a tua, se tua fronte com teus calcanhares ficarem tanges pelo pó da rua ... Se a miséria ancestral que continua difundida por todos os lugares, mudar-te o aprumo - que não disvirtúa nas suas curvaturas singulares. Pecado é a .inconsciência do Sentido, o sentido consciente da atitude, por círculos, na vida repartido . Eis, portanto, o evangelho que não turva : A linha réta - é a única virtude, e O pecado maior - a linha curva... * * É senhores, não exageramos, peça digna de figurar nas nossas Antologias. O mesmo se pode dizer e reclamar para os seus artigos m~morabilíssimos. Dos últimos, que os escreveu nas derradell'as campanhas em que esteve nas barricadas do seu nobre Ideal como falangiário da Impren– sa merecem citados : "Os cavalos de Diomédes" · " A De· gdza dos Cubicul ár ios"; "Na Peneira da Seleção": "Não é ""N-h'd ' Macaco em Casa de Louças ; ao a e que . .. "; "O Bar- beiro do Rei Midas"; " Do que as canas se esqueceram"; " Um -70-

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