Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA ACADEMIA PARAENSE DE LETRAS um raro conhecedor de capacidades, por um exímio sele– cionador de valore_s, produziram o soberbo exemplar de Ho– mem de inteligência, que foi entre nós . Mas, esboçando seu futuro e na demonstração de climas especiais para determinadas culturas, o exemplar cuidadosamente tratado, regado diuturnamente com a água frese-a e límpida de uma grande fonte - a fonte perene do Bem - não correspondeu, ao tempo da primeira colheita, daquelas que merecem sacrificadas para melhores frutos produzirem, às esperanças do Semeador. Fôra Semeador o velho e saudosíssimo Professor Luiz Dejard - seu tio, quem, na sua infância, resolvendo situa– ção de incompatibilidade entre seu cunhado e uma irmã, chamara a si a educação e respo~sabilidade de todos os so– brinhos, sendo, então, Dejard (Francisco) o mais velho. Duas meninas internara-as no "Colégio Santo Antônio", o mesmo dos dias •atuais . No se1:1- o de "N. S. do Rosário", ficaram aquêle e seu irmão Antonio, por sinal paraense, des– temeroso jornalista em franca atividade profissional na ca– pital do Amazonas. Educador da mais alta compreensão pedagógica, aquêle Mestre, possuindo e dirigindo o melhor estabeleci– mento de ensino particular para meninos, aqui em Belém,' foi-lhe fácil pr~porcion8:r. a DEJARD DE MENDONÇA es– merada educaçao e eqmllbrado preparo humanístico cabe– dal suficiente para ingressar na Faculdade de Dir; ito de onde mais tarde sairia, como saiu, bacharelado . Nos primeiros anos do nosso conhecimento e convi– vência, a impressão que ~os deixara fôra a de um triste. No Colégio, pertencendo a turma dos mais adiantados ti– nha sôbre os ombros a responsabilidade de séries inf~rio– res; como que um substituto do velhó Professor na direção ou no auxílio à -administração do Colégio. Sempre retraído de pouca conversa e poucos ~1:1igos, vivia taciturnamente'. cumprindo seus deveres col~gia1s, ou dando conta dos en– cargos cometidos por seu tio, verdadeiro pai adotivo que lhe fôra. Colégio em evidência, moralizado e benquisto com grande influência r~l~giosa na ~ua direção,, ~ão raro 'ali se realizavam _festas c1~1~as, torne10s de oratona e pequenas representaçoes dramat1c~s. Recordamo-no,s, como se hoje mesmo se estivesse reahzando, de me~oravel sessão desti– nada a inaugurar novo melhoramento mtroduzido no esta– belecimento : o Salão "Frei Gil de Vila Nova" Vários alu- -66-
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