Revista da Academia Paraense de Letras 1964
DEJARD DE MENDONÇA A 17 de maio de 1963, em sessão ex– traordinária, a Academia Paraense de Le– tras inaugurou em seu auditório, 0 retrato do saudoso acadêmico Dejard de Mendon– ça. Foi orador oficial o acadêmico Os– waldo Vianna, que proferiu o seguinte bri– lhante discurso : A situação voluntária de urna disponibilidade das atividades acadêmicas, jamais autorizari•a deixássemos de atender a uma resolução desta ilustrada Diretoria. sobretu– do quando, de envolta ao apêlo sempre fraternal dÊt5Se in– signe Companheiro de Boêmia Espiritual que criou r•aizes em nossos corações, fez-se sentir na palavra sempre cativan– te de nosso querido Confrade, o poeta Bruno de Menezes . Eis-nos, pois, no cumprimento da .missão determinada. DEJARD DE MENDONÇA foi ,a expressiva, eloquente, vibrante manifestacão humana do intelectual comoleto. Tudo quanto dêle dissermos será com a idéia de concretizar nossa veneração aos seus inconfundíveis méritos e nossa saudade por quanto nos ligou na vida terrena. Amazônida como José Veríssimo - nosso Patrono - foi-lhe o oposto quanto ao temperamento. A serenidade, cremos bem, foi dom do qual lhe não dotou a natureza. Espírito tão brilhante quanto irrequie– to, sua vida é· daquelas que deixam ao historiador ou ao crí– tico a comoção da surpresa, a indecisão na análise, o desa– pontamento pelos insucessos, a desolação por tudo quanto de estéril representa, nada obstante a orgia de inteligência de que o rodeou o destino. Parentes consanguíneos, conhecemo-nos nos idos da meninice, quando sua juventude era como um sol radioso iluminando imensa terra ubérrima, fecundadora de todas as sementes. E estas, escolhidas por mão de Mestre, por ~ 65-
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