Revista da Academia Paraense de Letras 1964
REVISTA DA A CADEMIA P ARAENSE DE LETRAS Eu teria mais palmas e mais flores, mais vibrações, mais luzes eu teria, se Deus não me negasse dois valores, no aniver– sário desta Academia. Mas, o cruel atavismo inoportuno pri– vou-me, neste preito diamantino, de merecer a saudação de Bru– no e a palavra imortal de Peregrino. Hoje, que ouvimos, no Brasil Unido, da Liberdade o mú– sico favorito; Quando Aurélió do Carmo, orgulhecido, contem– pla o inestimável patrimônio que Magalhães Barata nos legou; Quando o verbo de Candido Marinho - cascata melodiosa em borborinho - ao seleto auditório dominou; vê-se um pobre mor– tal condecorado por um Govêrno môço e iluminado, que a His– tória do Brasil registrará; Pedestal de cultura, equilibrando a falange de doutos conterrâneos, que, num preito de votos es– pontâneos fundára um Principado no Pará. Perto que estou das catedrais escuras, por onde hei de passar à Eternidade, e ainda me vem um prêmio de piedade, que me conferem tantas almas puras. Ontem, cindindo olím– picas alturas, pelas escadas da imortalidade" ; Hoje, um diade– ma, já no fim da idade, dulcificando antigas amarguras ! :f:: conforto demais, para quem ou~a agarrar-se a algum ser, a al– guma cousa, nesse despenhadeiro em que resvalo! Mudando os meus andrajos d~ mendigo, para beijar as mãos de um povo amigo, é nobreza ser príncipe e vassalo". RODRIGUES PINAGÉ 3.5 . 64 -58-
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